Após 5ª morte por dengue hemorrágica, Saúde de Dourados aperta o botão de ‘vermelho’

Jaqueline Sá Carvalho, 14, morreu vítima da doença; jovem cursava o primeiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Antonia da Silveira Capilé

Jaqueline Sá Carvalho é a quinta vítima da Dengue Hemorrágica em Dourados. O corpo da estudante do primeiro colegial da Escola Estadual Antonia da Silveira Capilé está sendo velado na Igreja Batista do jardim Água Boa sob a comoção de familiares, amigos e colegas de escola.

Conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde até agora 1500 pessoas contraíram dengue das quais 900 tiveram a doença confirmada através de exames laboratoriais.

Com relação à dengue hemorrágica cinco casos foram confirmados enquanto outros esperam a contra prova do Laboratório Central de Saúde Pública do Estado. Todas as cinco vítimas de dengue hemorrágica são do sexo feminino.

O secretário usou a expressão popular “todo dia é dia de índio” como analogia para explicar que “todo dia é dia de dengue”. E “todo dia é dia de combater o mosquito da dengue”. Segundo ele os moradores devem limpar seus quintais e cuidar para impedir a proliferação de focos.

“A população deve fazer a sua parte”, disse Mario Eduardo ao explicar que a Prefeitura está trabalhando muito desde que há oito semanas foi declarado “Estado de Epidemia” no município. Neste período, conforme o secretário foram contratados mais 45 agentes de endemias e três médicos infectologistas que além de atender Dourados estão dando suporte para os 34 municípios da região da Grande Dourados.

A secretaria de Saúde fez um acordo com o HU (Hospital Universitário) que disponibilizou seus leitos para o atendimento de pacientes com dengue hemorrágica enquanto que os médicos de família passaram a ficar nos postos de saúde atendendo as vítimas de Dengue. Durante as últimas semanas 1600 imóveis com focos de dengue foram notificados e as borrifações de veneno foram intensificadas nos bairros.

“Não está faltando medicamento nos postos”, disse o secretário ao explicar que houve uma desaceleração no registro de casos da doença. Segundo ele isso significa que a velocidade de contágio é menor. “Ainda não podemos comemorar”, justificou o secretário.

Mário Eduardo afirmou que a cada pessoa reage de uma forma quando é contagiado pelo mosquito. Os idosos, hipertensos, crianças e adolescentes não reagem bem à doença e podem ser vítimas da dengue hemorrágica como foi o caso de Jaqueline. Mário disse que a secretária de Saúde está fazendo a sua parte e com a participação de igrejas, associações de moradores e da própria população em pouco tempo a doença será controlada no município. “Devemos ficar em estado de alerta”, decretou o secretário.

Aldair Lucas da Carvalho era uma das pessoas que estavam no velório de Jaqueline. Ele era professor de Língua Portuguesa e conta que a garota era uma das mais alegres e participativa da sala. Na opinião do professor é necessário que se faça alguma coisa urgente para que outras pessoas também morram por causa da dengue.