Advogado deixa defesa de ex-chefe do Incra

Waldir Cipriano Nascimento foi detido por suposta participação em esquema de fraude na divisão de lotes destinados à reforma agrária

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Waldir Cipriano Nascimento foi detido por suposta participação em esquema de fraude na divisão de lotes destinados à reforma agrária

O advogado do ex-superintendente regional do Incra Waldir Cipriano Nascimento, João Eduardo do Nascimento informou a reportagem do Midiamax que não está mais cuidando do caso da prisão do ex-superintendente.

Waldir foi preso junto com outras 18 pessoas na última segunda-feira, dia 30, durante a Operação Tellus da Polícia Federal (PF) de Naviraí. Nascimento é suspeito de participar de um esquema de fraude na divisão de lotes que deveriam ser destinados ao programa da reforma agrária em Mato Grosso do Sul.

Ele está está recolhido na carceragem da PF em Naviraí, região Sul de MS.

O advogado dele João Eduardo Nascimento informou que não poderia mais falar sobre o caso e não confirmou a prorrogação da prisão temporária do ex-superintendente. “Não quero mais falar nada sobre o caso, pois estou saindo e vamos dar a causa para outro advogado”, explicou ele.

João Eduardo é sobrinho de Waldir. “Por questões familiares e pessoais eu abandono o caso. Sobre a questão da prisão, quando for o momemtno oportuno o outro advogado que será escolhido vai falar”. Ele não soube informar o nome do novo advogado do tio.

Após as denúncias virem a público, o comando nacional do órgão demitiu o superintendente regional para o Estado. Além de servidores do Incra, também estão envolvidos empresários da região, líderes de assentamentos e dois vereadores do município de Itaquiraí.

O caso

De acordo com a PF, as investigações começaram há oito meses. Em 2007, o Incra investiu R$ 130 milhões na aquisição de quatro fazendas do Complexo Santo Antônio, em Itaquiraí. Cerca de 17 mil hectares foram desapropriados e distribuídos em quatro projetos de assentamento de sem-terras nos distritos de Santo Antônio em Itaquiraí e Caburei e Foz do Rio em Amambai.

No fim de 2008, os lotes foram sorteados de forma irregular. Os melhores lotes foram reservados aos líderes dos movimentos sociais. Além disso, houve desrespeito ao cadastro prévio de acampados – a Relação de Beneficiários (RB), com a distribuição de 497 lotes a pessoas não habilitadas e a desconsideração de 425 pessoas habilitadas que não receberam lotes.

Segundo a PF, a quadrilha também vendia lotes ilegalmente. Alguns viraram sítios de lazer. Também houve recebimento de propina por parte de servidores do Incra para a exclusão de imóveis rurais do processo de avaliação para verificação de produtividade.

A operação envolveu 137 policiais. Além das prisões, foram apreendidas armas e cerca de R$ 60 mil na casa dos envolvidos.

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