Seminário discute racismo nas escolas de MS
Começa hoje à noite em Campo Grande, o 3° Seminário Racismo na Educação, promovido pela Associação Campo-grandense de Professores (ACP) em parceria com a Coordenadoria de Políticas Específicas em Educação e Secretaria Estadual de Educação. O encontro pretende discutir a situação de discriminação que acontece nas escolas de Campo Grande e do Mato Grosso do […]
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Começa hoje à noite em Campo Grande, o 3° Seminário Racismo na Educação, promovido pela Associação Campo-grandense de Professores (ACP) em parceria com a Coordenadoria de Políticas Específicas em Educação e Secretaria Estadual de Educação.
O encontro pretende discutir a situação de discriminação que acontece nas escolas de Campo Grande e do Mato Grosso do Sul. A intenção é dar suporte para professores e alfabetizadores a lidar com atos de racismo dentro da sala de aula.
A abertura acontece à noite na ACP – Rua 7 de Setembro 393 – com apresentações culturais e lançamento do livro História do Trabalho e dos Trabalhadores Negros do Brasil, de João Carlos Nogueira. Amanhã, ocorrem palestras no Casarão – Rua 26 de Agosto 1.870 – sobre os assuntos Figuras Africanas e Afrodescendentes na Escola Brasileira, com o professor Henrique Cunha Júnior, da Universidade Federal do Ceará; Projeto Negra Eva, com o professor Edson Silva, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; e Políticas e Ações Afirmativas, com Carlos Moura, presidente nacional da Fundação de Cultura Palmares.
Segundo a professora da Edna Portela, membro do Instituto e Casa da Cultura Afro-brasileira e alfabetizadora da Rede Municipal de Ensino, os casos de racismo acontecem nos colégios em todos os níveis, de professor para aluno e vice-versa, de estudante para estudante e de professor para professor. “Muitos docentes têm dificuldades em lidar com situações desse tipo. Ele não sabe se briga com o colega ou chama a atenção do aluno ou se fica quieto”, afirma.
Casos graves já aconteceram no Estado relacionados à discriminação. Edna Portela cita um caso, ocorrido há alguns anos, de uma aluna do interior que mandou uma carta ao diretor da escola perguntando se havia algum modo dela trocar de sangue, o que acabaria mudando sua cor, negra. Como não obteve resposta, a menina cortou os pulsos na esperança de que alguém a socorresse. “A aluna não tinha auto-estima e o diretor não tinha base para ajudá-la”, completa.
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