O Estádio Universitário Pedro Pedrossian, conhecido como ‘Morenão’, segue sem prazo para ter reforma concluída passados dois anos do início das obras. Responsável pela empreita, a Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura) utilizou apenas 29% da verba destinada às modificações.

No total, o Governo de Mato Grosso do Sul passou R$ 9,4 milhões do pacote de obras voltado ao esporte do Estado.

Segundo a responsável, o projeto tem o valor de R$ 6.732.971,43 guardados – valor com os juros da aplicação. Até o momento, os serviços tiveram investimento total de R$ 3.673.921,27, conforme dados encaminhados ao Jornal Midiamax. A Fapec ressalta que todos os relatórios técnicos e documentos foram enviados ao Governo do Estado.

“Importante esclarecer que também já foram realizados os estudos e projetos executivos de readequação do Processo de Segurança Contra Incêndio e Pânico, readequação do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas, recuperação de pilares e marquises e a impermeabilização da cobertura”, traz nota enviada à reportagem.

Uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul deverá discutir as obras do estádio. A reunião deverá acontecer no dia 29 de fevereiro no Plenário Deputado Júlio Maia.

Atraso

As obras de revitalização fazem parte do pacote de R$ 120 milhões do Governo de MS ao esporte do Estado, divulgado em outubro de 2021 – após aniversário de 40 anos de funcionamento. Alguns meses após o anúncio, a Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de MS) alegou que o dinheiro já estava com a UFMS no final de 2021.

Entretanto, a ‘Federal’ dizia que a Fapec ainda fazia as licitações. Após um bate e rebate sobre atrasos entre a Fundesporte e a Universidade, as obras do Morenão começaram apenas em junho de 2022. Desde a sua construção, o estádio nunca tinha sido revitalizado.

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Estádio Morenão (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

“Foram realizados os vários projetos e aprovações junto aos órgãos de fiscalização, bem como foi iniciada e concluída a grande reforma de todos os banheiros dos torcedores, vestiários dos jogadores e dos juízes”, esclareceu a Fapec.

No ano passado, a empresa obteve todas as análises e aprovações do Corpo de Bombeiros e está aguardando, até meados deste mês, os orçamentos finais das intervenções remanescentes – o que deve possibilitar o encaminhamento das planilhas e orçamentos para aprovação do Governo de MS e posterior realização de processo licitatório para contratar a execução dessas intervenções.

“Após as devidas aprovações, estima-se que o prazo para licitação e execução total dos serviços seja de até doze meses”, finaliza.

Grandes eventos esportivos

Desde o início das obras, o Estádio Morenão – principal arena de Mato Grosso do Sul – deixou de receber grandes eventos esportivos. No ano passado, porém, deixou de sediar os jogos do Campeonato Estadual Série A e também não recebe as partidas do Operário no Brasileirão Série D e Copa do Brasil.

De acordo com o vice-presidente da FFMS (Federação de Futebol de MS) e coordenador de competição, Marco Antônio Tavares, o Estado chegou a perder a oportunidade de receber o jogo entre Brasil e Paraguai, na seleção pré-olímpica.

“[…] Isso acaba prejudicando o torcedor de uma forma geral; o torcedor perde essa possibilidade de assistir a esses jogos”, diz ao Jornal Midiamax. “Se a gente tivesse o Morenão funcionado, teríamos, além do Estadual, praticado em um estádio de melhor qualidade. Teríamos também a condição de trazer outros jogos da séria A, da série B”, finaliza.

Talvez o maior evento que movimentou Campo Grande no estádio – que já teve até visita de ovnis – foi o fatídico “Jogo dos Amigos do Éder Militão”, que poderia ser histórico para MS e para o próprio estádio. A partida não aconteceu.

(Foto de destaque: Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)