Europa pensa em boicote à Fifa e “Copa alternativa” em 2018
Uefa e seleções sul-americanas podem organizar torneio paralelo e não jogar Mundial da Rússia
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Uefa e seleções sul-americanas podem organizar torneio paralelo e não jogar Mundial da Rússia
A reeleição de Joseph Blatter mesmo após o maior escândalo da história do futebol de fato não foi bem digerida pela Uefa. E a entidade parece estar mais disposta do que nunca a pressionar a Fifa para derrubar o presidente suíço. De acordo com informações publicadas pelo jornal The Independent nesta terça-feira, o principal trunfo da entidade que comanda o futebol europeu pode ser um boicote à Copa do Mundo de 2018 e a realização de um “torneio alternativo” para rivalizar com ela.
A publicação britânica afirma que o líder do movimento “separatista” é Allan Hansen, ex-presidente da Associação Dinamarquesa de Futebol. O dirigente de 66 anos já tenta convencer as principais federações da Uefa a não participarem da Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Em vez disto, Hansen quer um “torneio alternativo” a ser realizado simultaneamente ao Mundial, para enfraquecer a Fifa e pressionar torcedores e patrocinadores.
De acordo com o The Independent, o dinamarquês já apresentou o projeto a 54 nações da Uefa, e a ideia é de que o torneio conte com seleções europeias e algumas sul-americanas (já que África, Ásia e Concacaf estão do lado da Fifa). Uma reunião prévia foi realizada ainda antes da eleição da última sexta-feira, em Zurique, e um novo encontro já está marcado para o próximo sábado, em Berlim, horas antes da decisão da Liga dos Campeões , entre Barcelona e Juventus.
Hansen acredita que Blatter não seria capaz de resistir ao boicote das principais seleções da Europa em uma Copa do Mundo – o que faria a Fifa ter prejuízo absurdo, tanto econômico quanto de credibilidade ao seu principal torneio. “Eu sou a favor de um processo democrático, mas vejo que ele não daria resultados, já que muitas federações não pretendem mudar”, disse o dinamarquês.
“Se a Uefa boicota a Copa do Mundo e organiza o seu próprio negócio, tenho certeza de que esses países que não querem mudança vão perceber que eles não podem perder a Europa. Sei que este processo não é democrático, mas, se queremos no futuro ter uma Fifa melhor, então temos que fazer algumas coisas radicais”, acrescentou.
Sem dúvidas, o principal recado que a quarta reeleição de Blatter passou ao planeta na última sexta-feira foi a de que o dirigente nunca esteve tão enfraquecido no comando da Fifa. O suíço ganhou o pleito por 133 votos a 73, mas viu Uefa e EUA apoiarem a candidatura de seu rival, o príncipe jordaniano Ali Bin Al-Hussein.
Os principais empecilhos para a criação da “Copa do Mundo alternativa” seriam a França e a Espanha. As duas nações, das mais fortes da entidade europeia, são aliadas à Blatter e não aceitariam boicotar o Mundial da Rússia. Por outro lado, a Inglaterra parece disposta a querer derrubar o suíço de qualquer jeito. Este “cabo de guerra” deve definir o futuro do principal produto da Fifa.
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