CPI do Futebol vai pedir contratos da CBF em amistosos da seleção
Jogos realizados após a conquista do penta mundial em 2002 serão alvos de investigação
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Jogos realizados após a conquista do penta mundial em 2002 serão alvos de investigação
Comandada pelo senador e ex-atacante da seleção brasileira Romário (PSB-RJ), a CPI do Futebol no Senado irá pedir formalmente à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) os contratos fechados pela entidade referentes aos amistosos do Brasil realizados após a conquista do pentacampeonato na Copa do Mundo, em 2002.
A comissão votará o requerimento na próxima quinta-feira (20). Como houve acordo entre os senadores, acredita-se que ele será facilmente aprovado. A ideia surgiu durante a audiência pública realizada nesta terça-feira (18) com os jornalistas. Eles foram chamados por já terem publicado reportagens investigativas sobre casos de corrupção no futebol.
O pedido de informação deverá ser assinado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator no colegiado. Durante a reunião, Jucá também pediu aos repórteres que encaminhem para a CPI documentos que eles, eventualmente, possuam e que possam contribuir com as investigações, principalmente em relação à CBF.
“Vamos apresentar uma série de pedidos de informação sobre contratos que a CBF tem a nível internacional e local, não só de organização e venda da imagem da seleção brasileira, mas também de patrocínio. Vamos querer saber também as transferências de recursos para as federações. Ou seja, estamos começando a levantar todos os dados e os desdobramentos virão a partir daí, com a convocação de mais pessoas e, se necessário, a quebra de sigilos bancários”, explicou Jucá.
Durante a reunião, os jornalistas criticaram a falta de transparência da entidade e a vinculação dos árbitros e da Justiça esportiva a ela, o que tira a isenção das duas atividades.
Em relação à atuação da CPI, José Cruz afirmou que os depoimentos desta terça ajudaram a dar um foco mais preciso à comissão, direcionado a investigar a corrupção na CBF. “Antes a discussão estava muito burocrática, com eles falando sobre melhorias no esporte em geral. Mas a questão principal aqui é a corrupção no futebol”, disse.
Já para Jamil Chade, a CPI precisa avançar nas investigações para além do que os jornalistas são capazes de fazer.
“Acho que as perguntas certas foram feitas, mas coisas novas podem surgir se a CPI cumprir a sua finalidade. Ou seja, se a CPI usar das armas e ferramentas que nós jornalistas não pudermos usar, como quebrar sigilos, apurar direito como são feitos os contratos da CBF”, disse.
Juca Kfouri disse, no entanto, ver a comissão com muito ceticismo porque há integrantes na comissão que são próximos de cartolas e integrantes da CBF.
A comissão ainda deve ouvir os presidentes de federações estaduais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Distrito Federal, Amazonas e Acre e dirigentes de clubes. Eles deverão expor a realidade local do futebol e do calendário de competições.
Somente após esta primeira fase de depoimentos é que a CPI mergulhará nas investigações contra a CBF, em que deverá convocar integrantes da confederação e pessoas ligadas a ela, como o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e o seu ex-presidente Ricardo Teixeira, que deixou o cargo em 2012.
A proposta da criação da CPI surgiu depois que sete dirigentes ligados à Fifa, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin foram presos na Suíça em maio, acusados de pagamento e recebimento de propinas em contratos de exploração comercial de competições esportivas.
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