Amigo relata abandono de Del Nero a Marin na hora de prisão

A todo instante, antes de sair da suíte com os policiais, Marin perguntava o porquê da demora de Del Nero

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A todo instante, antes de sair da suíte com os policiais, Marin perguntava o porquê da demora de Del Nero

A reação do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo del Nero, à prisão de seu vice, José Maria Marin, no dia 27 de maio, em Zurique, expôs a ruptura na relação dos dois dirigentes. O Terra apurou que no ato da detenção de Marin por agentes do FBI e da polícia suíça, dentro de uma suíte no Hotel Baur au Lac, a mulher dele, Neusa, em desespero, telefonou para Del Nero, hospedado no mesmo prédio, a fim de pedir ajuda.

De acordo com relatos de interlocutores de Neusa, ela ouviu de Del Nero um pedido de calma e a promessa de que já estava indo ao encontro deles. Os minutos se passaram e Del Nero não apareceu.

“Dona Neusa ficou esperando Del Nero em vão, o que só aumentou a aflição dela”, contou ao Terra um alto dirigente da CBF, amigo da família Marin. Em seguida, a esposa de Marin soube que Del Nero saíra do quarto havia tempo, mas que tomara outro rumo.

A todo instante, enquanto se arrumava para sair da suíte com os policiais, Marin perguntava à Neusa sobre o porquê da demora de Del Nero. “Ele já está vindo. Já está vindo”, ela reagia, ainda na esperança de alguma ajuda. O Terra entrou em contato com a diretoria de comunicação da CBF para ouvir a versão de Del Nero, mas até a publicação da reportagem não obteve resposta.

A história ainda ganhou outros capítulos que ajudaram a estremecer a relação entre os dois. Antes mesmo do incidente, o atual presidente da CBF havia cortado o uso do jatinho da entidade e o celular do antigo parceiro. Após o ocorrido, a postura variou.

Em entrevista logo após a prisão de Marin, Del Nero esboçou uma defesa, dizendo que os contratos que desencadearam a ação foram assinados na gestão anterior, de Ricardo Teixeira. Já no dia seguinte, diante de forte pressão, Del Nero determinou a retirada do nome de Marin da fachada do prédio da CBF , no Rio, e providenciou um regresso de emergência, abandonando a votação para prestar esclarecimentos em uma coletiva em que voltou a se distanciar do ex-aliado.

Procurado pela reportagem do Terra , Marco Polo del Nero,  por meio de sua assessoria de imprensa, disse que as informações não são verdadeiras.

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