Autor pesquisou durante 5 anos a fundo, a vida da cantora ícone da MPB Elis Regina
Julio Maria é autor do livro ‘Elis Regina – Nada Será Como Antes’
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Julio Maria é autor do livro ‘Elis Regina – Nada Será Como Antes’
Elis Regina, a cantora, o ícone da música, a diva que perpetuou sua voz forte e ardilosa pela história da música brasileira, é mostrada em sua riqueza de personalidade e história no livro “Elis Regina – Nada Será Como Antes”, do jornalista e escritor Julio Maria. O autor foi um dos destaques da 2ª Flib (Feira Literária de Bonito), que aconteceu na cidade desde o dia 6 de julho e se encerrou ontem (9), sábado, com show da cantora Tetê Espíndola e reunindo 17 mil pessoas durante os 4 dias.
Julio abriu sua palestra, neste sábado (9), dizendo que não escreveu a biografia como fã e sim como jornalista. “EU trabalho cobrindo música há mais de 20 anos (ele é repórter musical do jornal O Estado de São Paulo), e não entrei como fã na pesquisa. Isso foi muito imoortante por ter uma relação de jornalista sem idolatria. Pois os fãs podem ter tendência a esconder alguns episódios mais complicados da história de um artista”, contou ele. Foram 5 anos de pesquisas com mais de 200 pessoas do universo musical e pessoal de Elis.
O resultado é um livro robusto e cheio de passagens surpreendentes sobre uma das maiores cantoras do Brasil. “A história do livro está viva o tempo todo. Você sai para entrevistar e vive a biografia”, descreve Julio. O início da obra, segundo ele, mostra o dia em que Elis faleceu, a comoção da família e o olhar inocente de um dos filhos da cantora, ainda na infância no momento do episódio.
A morte da cantora por uso de drogas virou um tabu no movimento da MPB (Música Popular Brasileira), e até hoje existem mil teorias sobre o fato. Mas Julio foi a fundo e pesquisou não só depoimentos como todos os documentos possíveis sobre o dia fatídico e muito triste.
O jornalista contou ainda sobre o medo que sentiu dos herdeiros da cantora barrarem seu livro, mas felizmente todos os filhos de Elis leram e não houve a tão temida censura. “Imagine, seriam cinco anos de trabalhos jogados fora ou engavetados”, revelou.
Da ampla pesquisa, outra conclusão sobre a persona de Elis: sua perfeição musical. “Tecnicamente falando, Elis errou muito pouco. Não existem registros possíveis de erros, momentos desafinados, nada disso. Ela era muito impecável”, o que, segundo ele, tornou o episódio ainda mais traumático para nossa história musical. “Ela morreu e ninguém viu o fracasso de Elis Regina”, narrou o escritor. Não por acaso, depois de sua palestra, a obra havia se esgotado nas prateleiras da Flib.
(A repórter viajou a convite da assessoria de imprensa do evento)
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