Custos com fertilizantes subiram mais de 200% em MS desde o início da guerra na Eurásia

Custos com a tonelada saltaram de R$ 1.800 para R$ 5.400 em apenas quatro meses, onerando a vida dos produtores rurais

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Custos terão que ser repassados a toda a cadeia produtiva, diz Ilton Henrichsen. Foto: Fabiane Sato

Custos em alta em quaisquer cadeias produtivas não são novidades no Brasil, mas o que os produtores rurais não esperavam – uma explosão nos gastos com fertilizantes – não só aconteceu, como também vem se mantando, principalmente por conta da continuidade da guerra na Eurásia, entre Rússia e Ucrânia. Em 120 dias de confronto militar e com a paralisação das importações de fertilizantes dos dois países, os custos aumentaram em 200%, com o valor da tonelada do insumo saltando de R$ 1.800,00, para R$ 5.400,00.

Para o produtor rural Ilton Henrichsen, presidente da Fundação Chapadão, antes da guerra entre Rússia e Ucrânia o preço médio da tonelada de fertilizante, seja a base de potássio ou fósforo, era de R$ 1.800,00. De acordo com o Ilton Henrichsen, o lado bom é que não está faltando fertilizante, mas o ruim é que o valor já chegou aos R$ 5.400,00. “Aí não tem jeito. As sacas de soja e de milho vão sair mais caras. Fora isso, há o custo do transporte, que também está em alta e, infelizmente, contribui para o aumento de gastos. No fim das contas, tudo fica mais caro para todo mundo”, explicou.

Outro problema – não tão difícil de se resolver, mas que também não pode ser ignorado – pegou muitos produtores rurais de surpresa esta semana: a proibição da venda e uso do carbendazim, um defensivo agrícola cancerígeno e que é amplamente utilizado na soja. Para Ilton Henrichsen, neste caso o produtor rural vai aproveitar o vazio sanitário da soja, que é válido até 15 de setembro, para buscar uma alternativa de uso de outro fungicida. “Isso é outro problema para resolvermos. Neste caso, há outras alternativas de mercado e temos que respeitar a decisão da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária)”, disse o produtor.

Na avaliação de llton Henrichsen, o Brasil já é uma potência agrícola e todos estes problemas sequenciais estão acontecendo para que o País se torne mais competitivo em todos os segmentos, setores e áreas das cadeias produtivas do agronegócio. “Estamos com um problema de não podermos mais utilizar o defensivo agrícola carbendazim e vamos resolver. Quanto aos fertilizantes, a ex-ministra Tereza Cristina e o atual ministro Marcos Montes fizeram uma série de viagens para outros países produtores. Até o início da próxima safra, em outubro, muitas coisa vai acontecer, mas o País precisa diminuir a dependência dos fertilizantes”, detalhou Ilton Henrichsen.

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