Com quase uma festa por dia, buffets de Campo Grande castigados pela pandemia ganham fôlego
Após prejuízos ocasionados pela pandemia, setor de eventos está aquecido em Campo Grade.
Nathália Rabelo –
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Um dos setores mais prejudicados pela pandemia de Covid-19 foi o de eventos. Primeiros a pararem e os últimos a voltarem, buffets e promotores de eventos aproveitam as festas de fim de ano para retornarem com programação completa em Campo Grande. Assim, a alta demanda de 2022 dá fôlego ao setor.
Em comparação com os últimos dois anos, os estabelecimentos da cidade estão com as agendas lotadas, especialmente porque empresários ainda lidam com eventos atrasados desde 2020. Agora, o que está em alta são os bailes de formaturas, festas de Ano Novo e eventos corporativos.
Conforme pontuado pela CEO do Ondara Buffet, Dalva de Oliveira, este é um momento atípico por ser o primeiro fim de ano após a pandemia. Portanto, depois de tanto tempo de restrição, a procura agora está grande.
“Nos dois últimos meses do ano, nós chamamos de alta temporada, quando acontece maior demanda. Conclusões de cursos e formaturas lideram essa lista. Depois vem as confraternizações. Enfim, o cliente está sedento por uma boa festa”.
Quase uma festa por dia nos buffets
O mesmo é apontado por Fernanda Zandavalli, proprietária dos buffets Gran Murano, Murano e La Riviera. Ela destaca viver em um período onde todo mundo busca por eventos corporativos, casamentos, confraternizações e formaturas.
“Esse ano está uma loucura, tivemos que remanejar as datas e fazer fechamentos de novos contratos. A procura foi realmente intensa, acredito que os clientes estão procurando os fornecedores que ficaram consolidados no mercado de eventos, pois foram praticamente dois anos sem festas”, explica.
Zandavalli ainda afirma estar com uma média de 20 a 25 festas por mês, de outubro a dezembro, ou seja, praticamente um evento por dia. Além disso, a agenda de 2023 já está concorrida. “Com a lotação de 2022, muitos optaram por fazer as comemorações ano que vem”.
Não são apenas os buffets que precisam fazer esse malabarismo para encaixar essa grande quantidade de festas num período relativamente curto. Segundo a proprietária da Ticomia Formaturas, Elaine Batista de Oliveira, 2022 foi um ano de entregar as festas atrasadas.
“Fizemos mais de 120 eventos entre bailes, colações e pré-eventos. Por causa da pandemia, acumulou três anos de entrega. Até dezembro deste ano, estamos vivendo um momento com bastante demanda ainda”, afirma.
Alta nos produtos não impediu procura
O aumento nos valores dos insumos ocasionado pela pandemia é unânime para os entrevistados: todos sentiram a dificuldade para entregar o produto vendido a preço justo com as novas taxas.
Dentre os insumos que mais registraram variação de valor, os empresários destacam as flores, alimentos, bebidas, brindes e, principalmente, mão de obra qualificada. Mesmo assim, isso não impediu que o mercado se mantivesse aquecido após sua retomada na Capital.
Em novembro de 2022, o setor retomou o ritmo normal de contratações para suprir a demanda. Segundo o promotor de eventos Antonio Osmanio, clientes puderam sentir no bolso o aumento nos produtos ocasionado pela alta dos combustíveis e também pelo tempo que ficou sem produção.
“A decoração teve aumento de até 400% no preço das flores de Holambra que está sendo repassado para o consumidor. Mesmo com esses aumentos, a procura só aumenta e o setor está em franca recuperação. Em novembro e dezembro, se somarmos as confraternizações e locação de salões de festas na cidade de Campo Grande, temos certeza que dos 30 dias dos meses dessa época, pelo menos 22 dias serão tomados por festas. Nunca esteve tão aquecido o setor de eventos em nossa Capital”, afirma Osmanio.
Recuperação dos buffets
Para os buffets e empresários, o mercado começa a se recuperar agora. Dessa forma, a estimativa é superar a crise até 2024, caso se mantenha o ritmo de crescimento.
No entanto, para Priscila Marinho de Oliveira, dona do buffet infantil Galinzé, os prejuízos jamais serão recuperados.
“Ela atingiu com força o setor de eventos, ficamos parados sem executar nossas atividades. Isso gerou perdas de força de trabalho, fornecedores, parceiros, contratos e inclusive perdas emocionais geradas pela situação”.
Por ora, ela afirma que a procura segue aquecida e a demanda é crescente. Portanto, não há mais vaga no seu estabelecimento até dezembro.
“Sabemos que momentos de afeto, alegria e emoções são inegociáveis. Então, nos lançamos nesse desafio de permanecer no mercado, nos reequilibrando e nos esforçando porque o cliente deseja”.
De escassez a explosão máxima
Com tudo parado por quase dois anos, empresários do setor de eventos viveram uma das maiores dicotomias da Covid-19 em Campo Grande: da escassez ao mar de demandas atrasadas. Em ambas as situações, eles tiveram que se virar para dar conta do trabalho, do caos e da imprevisibilidade ocasionada por uma das maiores crises da humanidade.
A partir de 20 de setembro de 2021, quando foi extinto o limite máximo de pessoas por estabelecimento na Capital, os shows, bares, restaurantes, baladas e as festas voltaram com tudo. Foi um verdadeiro ‘boom’ para o setor de eventos, que viveu um caos em 2021 para entregar todas as festas já compradas e encaixar as exigências dos novos contratos.
Em 2022, o cenário é mais tranquilo. Apesar das lotações de agendas, empresários e buffets pontuam viverem num momento de normalização até a completa recuperação do prejuízo.
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