Dólar cai para R$ 5,15 com entrada de recursos para ofertas de ações
O dólar firmou-se em queda nos negócios da tarde desta quinta, 30, com o real operando na contramão de outras moedas emergentes. Para operadores, o recuo está ligado a entrada de fluxo externo, com investidores querendo participar de ofertas de ações, como a do Grupo Soma, que movimentou ontem R$ 1,8 bilhão. O encerramento do […]
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O dólar firmou-se em queda nos negócios da tarde desta quinta, 30, com o real operando na contramão de outras moedas emergentes. Para operadores, o recuo está ligado a entrada de fluxo externo, com investidores querendo participar de ofertas de ações, como a do Grupo Soma, que movimentou ontem R$ 1,8 bilhão. O encerramento do mês também leva a ajustes nas carteiras, além de começar a ganhar força a disputa pelo referencial Ptax, usado em contratos cambiais e balanços corporativos.
O dólar caminha para fechar julho com queda de 5%, que, se confirmada, deve ser a maior baixa mensal de 2020. Além disso, após meses de fraco desempenho, o real é em julho a divisa emergente que mais se valorizou ante o dólar. No México e na África do Sul, a moeda americana caiu ao redor de 3%.
Nesta quinta-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,26%, cotado em R$ 5,1592. No mercado futuro, o dólar para agosto, que está sendo rolado para o próximo vencimento mais líquido, o de setembro, cedia 0,25% às 17h, para R$ 5,1560. O volume de negócios seguia abaixo da média, somando US$ 12,5 bilhões.
O dólar caiu hoje ante moedas fortes, mas operou em alta em países como México, África do Sul e Turquia. Balanços corporativos com resultados mistos, a forte queda do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do segundo trimestre, que despencou 32,9% em termos anualizados, e novas declarações da Casa Branca contra a China provocaram um movimento de fuga de ativos de risco, que pressionou as moedas de emergentes. No México, a queda recorde do PIB no segundo trimestre, de 18,9% na comparação anual, fez o peso mexicano se enfraquecer ante o dólar.
“O PIB dos EUA mostrou a maior contratação em 75 anos, com chance de apenas uma limitada recuperação pela frente”, afirma o economista do instituto The Conference Board, Erik Lundh, prevendo que a maior economia do mundo só vai retomar o nível pré-pandemia em 2021 ou após. A piora do PIB americano trouxe ainda renovadas preocupações sobre a economia mundial e as bolsas europeias caíram, em dia marcado também por retração da atividade econômica da Alemanha.
No mercado local, o responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, observa que o real teve comportamento contrário hoje quando comparado a outros emergentes, em dia de liquidez mais fraca. “O mercado está se preparando para o fechamento do mês”, destaca ele. Nesta sexta-feira pela manhã é a disputa pelo referencial Ptax de julho, por isso, a expectativa é de volatilidade e volume de negócios mais alto, com este fator técnico podendo predominar sobre o noticiário.
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