Dólar fecha em alta após vitória de Donald Trump nos EUA

No ano acumula queda de 18,7%

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No ano acumula queda de 18,7%

O dólar fechou em alta em relação ao real nesta quarta-feira (9), reagindo ao resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos. Contrariando as expectativas do mercado, o republicano Donald Trump superou a democrata Hillary Clinton e venceu a disputa.

O dólar fechou em alta de 1,32%, cotado a R$ 3,2095.

Na semana, a queda é de 0,66%. No mês, a alta é de 0,61%. No ano, a moeda acumula queda de 18,7%.

Nos quatro pregões anteriores, o dólar havia acumulado queda de 2,28% sobre o real com apostas de que Trump não sairia vitorioso da eleição.

Acompanhe a cotação ao longo do dia

Às 9h10, alta de 2,17%, a R$ 3,236
Às 9h29, alta de 2,39%, a R$ 3,243
Às 9h50, alta de 2,45%, a R$ 3,245
Às 10h20, alta de 1,96%, a R$ 3,2296
Às 10h49, alta de 1,45%, a R$ 3,2133
Às 11h20, alta de 1,8%, a R$ 3,2245
Às 11h39, alta de 2,21%, a R$ 3,2345
Às 12h09, alta de 1,94%, a R$ 3,2289
Às 12h39, alta de 1,7%, a R$ 3,2212
Às 13h20, alta de 2,17%, a R$ 3,2362
Às 13h49, alta de 2,2%, a R$ 3,237
Às 14h19, alta de 1,91%, a R$ 3,2279
Às 15h09, alta de 1,51%, a R$ 3,2153
Às 16h40, alta de 1,55%, a R$ 3,2165

Na véspera da eleição, o mercado apostava que a vencedora seria Hillary, o que levou o dólar a fechar em queda, na quarta sessão consecutiva de perdas em relação ao real. Nos quatro dias de negócios anteriores, o dólar havia acumulado queda de 2,28% sobre o real com apostas de que Hillary venceria as eleições.

A moeda norte-americana recuou 1,16%, vendida a R$ 3,1674, depois de marcar R$ 3,1627 na mínima da sessão, menor patamar intradia desde 28 de outubro (R$ 3,1580).

“Acho que o dólar pode ir a R$ 3,30 até a próxima semana porque ninguém estava precificando a vitória de Trump”, comentou à Reuters o analista de câmbio da corretora Gradual Investimentos, Marcos Jamelli.

Com a onda de aversão ao risco, que elevou a busca por ativos considerados mais seguros, como ouro e iene, o dólar disparava em relação a divisas emergentes, destaque ao peso mexicano.

BC cancela intervenção no câmbio

Por causa do nervosismo esperado para o dia de negócios, o Banco Central cancelou o leilão de até 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares, que faria nesta manhã.

O presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou após reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em Brasília, que acompanha o movimento dos mercados globais e no Brasil e que tomará as “medidas adequadas” caso seja necessário. Ele não detalhou, porém, quais medidas poderão ser adotadas.  
Discurso de Trump

Trump fez um discurso considerado conciliador após sua vitória, diferentemente do estilo agressivo adotado em toda a sua campanha, o que reduziu um pouco o temor nos mercados financeiros.

Apesar disso, os investidores devem permanecer estressados até ter conhecimento do que de fato o presidente eleito vai conseguir colocar em prática das propostas radicais que anunciou em sua campanha, destaca a Reuters.

“Passado o primeiro momento de intranquilidade, o mercado tende a se ajustar quando passar o susto”, comentou à agência o gerente de câmbio corretora Fair, Mário Battistel.

Juros nos EUA

A vitória de Trump joga dúvidas sobre a percepção dos mercados financeiros globais de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, vai elevar a taxa de juros em breve e seguir com mais altas graduais ao longo dos próximos anos. “Aumentam as chances de que o Fed não aja em dezembro”, disse à Reuters o economista-chefe da Moody’s Analytics, Marz Zandi, sobre a vitória de Trump.

Especialistas apontam que o aumento da percepção de risco após a vitória de Trump pode afetar a decisão do Fed. “O Fed emite sinais crescentes de que deve fazer o aumento da taxa de juros. Mas, eventualmente, com essa turbulência, pode ser mais conservador ”, diz Rafael Cortez, cientista político da Tendências Consultoria.

O mercado monitora pistas sobre a decisão do Federal Reserve (Fed) sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque taxas mais altas poderiam atrair para o país recursos aplicados atualmente em outros mercados, motivando assim uma tendência de alta do dólar em relação a moedas como o real.

 

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