Metodologia do executivo é baseada na descoberta dos ativos ocultos

Certamente Eduardo Karmouche vê o mundo dos negócios de uma maneira muito diferente do que a maioria dos donos de empresa, gerentes e candidatos a micro-empreendedores enxergam. O seu olhar de raio-x se deve a anos de experiência e uma metodologia que construiu, na qual como ele mesmo afirma é possível analisar qual é o ‘negócio- do-negócio’, uma espécie de ‘potenciação’ da atividade econômica. O pensamento ‘fora da caixa’ do fundador, e CEO da SGN Soluções Globais, fará parte de uma série de reportagens sobre o empreendedorismo, a ser exibida em 2015 pelo Midiamax.

“Inventaram o sorvete e um século depois criaram a casquinha. A mesma coisa foi com o hambúrguer. Desde quando existia carne? E o pão quando foi criado? E quanta demora em unir as duas coisas para se criar comercialmente um produto que depois teve uma saída tão grande. Existe uma lógica de crescimento por traz de cada negócio, uma chave que pode definir o diferencial da atividade e dessa maneira criar uma conexão com os clientes”, afirma Eduardo Karmouche. 

Para o consultor, o ponto de mutação é ignorado pela grande maioria das empresas, que simplesmente focam a conexão de Mercado na captação de novos clientes, um dos processos mais caros da cadeia de relacionamento. Karmouche relata que a manutenção da cartela de clientes e a elevação do ticket (quanto o consumidor geralmente gasta com as aquisições) são outros pontos de alavancagem que passam despercebidos pelas organizações.

“O meu mecanismo de ajudar as empresas é simples, pois me baseio  no entendimento de como aproveitar o poder exponencial da geometria sobre os mais diversos pontos de alavancagem e de impacto que existem num negócio. Somos especialistas em identificar. Para em seguida explorar, rentabilizar, multiplicar e maximizar os ativos e as oportunidades ocultas. Ativos inexplorados (tangíveis e intangíveis), achar novos centros de lucros, novas fontes de receitas, novos lucros inesperados, ativos que estão sendo negligenciados e esquecidos”, diz Karmouche sobre a sua ‘fórmula mágica’, que conforme ele relata se dá pelo posicionamento de visão sobre a atividade empresarial. 

Riscos e oportunidades 

O tripé estabelecido para Karmouche quanto à uma empresa com Vantagem Competitiva, termo na Administração que define uma organização com potencial de liderar Mercado, diz respeito à três fatores específicos: número de clientes frequência de compras e ticket médio dos consumidores no seu negócio. Ele explica que com esses pilares é possível definir um diferencial para a empresa e com isso alavancar o sucesso na atividade comercial. 

No entanto, apenas o diagnóstico de um diferencial não é o caminho mais seguro para a modelagem de uma gestão estratégica, já que fazer esse caminho sem levar em consideração os riscos coloca o empreendedor em perigo com os seus sonhos de projeção. É o que recomenda a principal entidade de apoio às micro e pequenas empresas no país, o Sebrae.

“É muito importante ajustar o foco do negócio e a partir disso criar ou propor um destaque singular para a empresa. 
Entretanto ela não pode ser vista de uma forma isolada, pois faz parte de um organismo maior, que é o Mercado. É sempre o consumidor e o Mercado que vai avalizar se existe realmente essa inovação. O efeito dela é o reconhecimento, o valor agregado da marca, a capacidade de gerar tendência e a margem estendida da comercialização. Não consigo ver inovação sem prosperidade à empresa, é isso que sempre oriento”, diz o analista técnico do Sebrae, Carlos Henrique Rodrigues de Oliveira.