O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária (Famasul), Eduardo Riedel, explica que o problema da quebra de dos produtores é mais complexo porque além da rolagem da dívida rural com os bancos, há a negociação com os compradores. Caso os grãos não estejam de acordo com o padrão de comercialização de safra, o carregamento pode sofrer descontos e até ser recusado.

Mato Grosso do Sul esperava uma safra de 5,4 milhões de toneladas de soja, sendo que 55% já havia sido colhida, mas com as chuvas dos últimos dias foram perdidos 1 milhão de toneladas. Como a previsão do tempo é de chuva para o próximo fim de semana, ainda não é possível estimar a perda real.

As regiões rurais mais afetadas são Sidrolândia e São Gabriel do Oeste, onde as perdas variam de 20 a 50%. Já na região de Dourados e Ponta Porã, o índice chegou a 5%.

A secretária estadual de produção, Tereza Cristina Corrêa da Costa, que participou de reunião com o setor produtivo nesta terça-feira (15) na sede da Famasul, disse que o governo fará levantamentos para dimensionar as perdas da agricultura. Lembrou também do problema enfrentado pelos pecuaristas do Pantanal, onde os efeitos da chuva serão sentidos a médio prazo. O pico da cheia é em maio.

O engenheiro agrônomo Osvaldo Plein relata que em Sidrolândia, a colheita seria de 120 mil hectares de soja, mas 50% da área ficou alagada. A produtividade, que era estimada em 55 sacas por hectare, agora é de 25 sacas por hectare.