A terra indígena Kadiwéu, na região sudoeste do Estado de Mato Grosso do Sul, sofre com diversos pontos de incêndio, conforme registros do Painel do Fogo do Governo Federal. Os registros da madrugada deste domingo (4) apontam mais de 67 mil hectares atingidos na região, distribuídos em diversos focos.

Naquele que se encontra mais próximo à região de Bonito, são 18 mil hectares atingidos, com focos que já duram mais de 13 dias.

Estes focos estão cerca de 12 quilômetros próximos do Parque Nacional da Serra Nacional da Bodoquena, um dos principais destinos turísticos do Estado. No último registro, as chamas avançavam a 30 hectares por hora.

Segundo a assessoria do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), há 63 brigadistas na região do Kadiwéu. A equipe que estava atuando na parte leste da Terra Indígena Alves de Barros irá permanecer no local.

Assim, há 50 brigadistas que atuam nas áreas indígenas Tonazi e Alves de Barros. Além disso, outros 13 chegaram no sábado (3) para reforçar os trabalhos de combate aos incêndios.

Situação dos incêndios

A região teve um período de diminuição das queimadas, devido às condições climáticas que favoreceram o combate, como frio e chuvas isoladas. Entretanto, os focos de incêndio voltaram a se propagar pela região do Pantanal sul-mato-grossense.

A reportagem do Jornal Midiamax recebeu diversos vídeo das queimadas que atingiram a região do município de Corumbá neste final de semana, nas proximidades da Ponte do Porto Morrinho sobre o Rio Paraguai.

Outro grande ponto de preocupação está no Pantanal da Nhecolândia, onde após um caminhão pegar fogo em uma fazenda, teve suas chamas alastradas pela região e é atualmente o maior foco. A área atingida inicialmente seria próxima ao Porto das Éguas, próximo a Aquidauana.

Aumento do fogo em 2024

Julho fechou com 1.218 focos ativos de incêndios florestais no Pantanal, conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Isso significa que há dois meses o bioma vem batendo recordes alarmantes de queimadas, agravados pelas condições climáticas desfavoráveis.

Segundo a tenente-coronel e diretora de proteção ambiental do Corpo de Bombeiros, Tatiane Inoue, as queimadas registradas em 2024 no bioma representam um aumento de 26,2% em comparação a 2020 e 1.544,8% em comparação a 2023.

Até 25 de julho, os incêndios florestais haviam consumido mais de 607 mil hectares do Pantanal em Mato Grosso do Sul. O presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Rodrigo Agostinho, afirmou mudanças climáticas e eventos extremos serão ‘o novo normal’.

“Sem sombra de dúvida, daqui para frente os eventos extremos acontecerão em larga escala no mundo todo. As mudanças climáticas vieram para ficar”, disse.