Pacientes que buscam atendimento no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) acabam tento que ficar no corredor antes de conseguir um leito para ser internado. Vídeo flagrou vários pacientes dormindo nos corredores do hospital, sem qualquer conforto que o momento de vulnerabilidade pede.

“Centenas de pacientes ficaram nos corredores, sem atendimento correto. Está faltando até cadeira para acompanhante. Tem pacientes internados dormindo sentado na cadeira. Se pede lençol para as macas, não tem. Cobertor também não tem”, diz uma paciente que passou pela mesma situação antes de ser liberada.

Esta não é a primeira vez que pacientes e acompanhantes denunciam a falta de estrutura do HRMS. Mães com os filhos internados no setor da enfermaria pediátrica denunciaram a precariedade do banheiro e quartos, com vazamento, azulejos quebrados e fitas para vedar janelas.

Preferindo anonimato, uma mãe diz que está há semanas recebendo tratamento da filha na pediatria, entretanto, a situação do banheiro é insalubre, diante do vazamento de água, que mantém o banheiro úmido e molhado por 24h.

O que diz o HRMS?

Em nota, o HRMS alega que opera, diariamente, com uma demanda superior à sua capacidade. “A superlotação é uma realidade em todos os hospitais públicos da cidade com demanda oriunda da regulação municipal e espontânea”, traz o texto.

O hospital informa que os 362 leitos de internação e o 39 de observação do Pronto Atendimento Médico estão com 100% de ocupação. “É importante frisar que, mesmo diante desta realidade, o hospital presta assistência a todos os pacientes que buscam por atendimento”, diz a nota.

Concurso levanta suspeitas de candidatos

O HRMS ainda ressalta que foram abertas, recentemente, 122 vagas para profissionais de enfermagem através de processo seletivo e concurso público. Também foi solicitada a ampliação de 20 vagas para a enfermagem, por meio de processo seletivo.

Entretanto, com déficit de cerca de 300 profissionais de saúde – entre enfermeiros e técnicos de enfermagem -, o HRMS não conseguiu preencher as vagas abertas.

No entanto, além de não resolver o problema mesmo após lançar um concurso que não era realizado há dez anos, o resultado surpreendeu: apenas 45 inscritos para o cargo de técnico de enfermagem foram aprovados para um total de 52 vagas. Ou seja, mesmo chamando todos os que atingiram o mínimo para serem chamados, ainda assim haverá defasagem para esse cargo.

A taxa de reprovação chamou atenção, uma vez que havia 3.091 inscritos, ou seja, apenas 1,95% do total foi aprovado para o cargo que exige nível médio, com curso técnico de enfermagem e registro no conselho – para salário base de R$ 1.728,59 e adicional de função de R$ 1.642,16. Muitos candidatos questionaram o nível de dificuldade da prova frente aos requisitos para o cargo.