O indígena Peralta, líder da etnia Kaiowá da Aldeia Panambizinho, em , a 233 km de Campo Grande, conseguiu direito de acréscimo em sobrenome junto ao Nupiir (Núcleo de Defesa dos Povos Indígenas e da Igualdade Racial e Étnica) da de Mato Grosso do Sul.
Após o batismo, Anastácio Peralta adotou o nome indígena “Ava Kwarahy Rendyju”, que, em português, significa “Homem Sol Nascente”.

O defensor público Lucas Pimentel, coordenador do Nupiir, relata que o povo Kaiowá, assim como outras comunidades indígenas, possui a tradição de alterar o nome ao longo da vida. Atualmente, o ritual de batismo inclui frequentemente a cerimônia Nhemongarai, um ritual guarani de atribuição do nome religioso (tupã réra).

“Os rezadores (Ñanderu e Ñandesy) determinam o nome que está vinculado à alma e à origem da pessoa. A partir desse ritual tradicional, cada membro da comunidade é agraciado com um nome indígena que lhe é designado, refletindo as características de sua personalidade”, explica o defensor público.

Dessa forma, motivada por razões religiosas, pessoais e tradicionais, a Defensoria intermediou o pedido de acréscimo do sobrenome no registro civil. O assistido optou por manter seu nome não indígena e, em seguida, adicionar o nome indígena, visando evitar complicações com a sociedade majoritária (não indígena) e, ao mesmo tempo, preservar sua cultura.”