A fronteira da Bolívia com Corumbá, a de Campo Grande, reabriu na manhã deste domingo (24), após o país vizinho realizar o Censo Demográfico. Durante todo o sábado (23), a região de fronteira ficou fechada para o levantamento dos dados.

Denominado como “Dia E, Dia do Registro”, o INE (Instituto Nacional de Estatística) fechou as ruas das cidades bolivianas de Puerto Suárez e Puerto Quijarro para que os recenseadores passassem de casa em casa, coletando os dados da população.

Em comunicado, o governo boliviano declarou que o Censo é prioridade nacional. Com isso, as províncias dos nove departamentos emitiram ordens governamentais, nas quais são estabelecidas restrições de tráfego de pedestres, veículos e viagens.

Fronteira segue fechada em 2022 (Diário Corumbaense)

Desde a sexta-feira (22), as viagens foram proibidas em todo o território boliviano. As fronteiras da Bolívia com Argentina, Chile, Paraguai e Peru também foram fechadas. Durante a coleta de dados, o trânsito de pessoas e veículos é permitido apenas para os recenseadores, corpo policial e veículos autorizados de meios de comunicação.

Conforme o Diário Corumbaense, no dia do Censo, 1.400 pessoas foram presas por descumprimento da ‘Boa Ordem Governamental’ e quatro pessoas morreram em acidentes de trânsito, segundo relatório da Polícia Boliviana.

Dados iniciais indicam que nas cidades de fronteira com Corumbá, nenhum caso foi registrado. Os presos foram liberados na madrugada deste domingo.

Censo ocorreu após inúmeros protestos

Confronto em Santa Cruz.

Confronto em Santa Cruz. (Foto: El Deber)

O levantamento populacional boliviano ocorreu após protestos diversos que duraram mais de um mês em 2022, contra o adiamento da coleta dos dados. Na época, os manifestantes reivindicavam que a contagem populacional, que não era feita há 12 anos, fosse feita ainda em 2023.

Conforme os manifestantes, a não atualização afetou diretamente no repasse de verba pública para investimentos, políticas sociais, que deveriam ser conforme o número de pessoas que vivem nos estados. Além disso, afeta a representatividade política no Congresso boliviano.

Segundo o presidente da Bolívia Luis Arce, com base em dados preliminares do Censo, a redistribuição de recursos será realizada em setembro de 2024, um mês antes do proposto pelo governo.

Em novembro de 2022, a fronteira de Corumbá com a Bolívia ficou fechada por 22 dias. A greve geral foi a maior da Bolívia, superando os “21 dias de Paro”, como ficou conhecida a manifestação que resultou na queda do presidente Evo Morales em 2019.

No mesmo ano, manifestantes da cidade de Santa Cruz de La Sierra, a 650 km da fronteira da Bolívia com Corumbá, atearam fogo no prédio da Federação Sindical dos Trabalhadores Camponeses. Santa Cruz foi uma das cidades mais afetadas e seguiu na linha de frente nas negociações com o Governo boliviano.

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