Os estragos nas estradas no entorno da Ponte do Grego, em Terenos, a 30 quilômetros de Campo Grande, permanecem causando transtornos aos moradores da área rural que dependem da via para trafegar. A situação no local está caótica desde 7 de abril, quando a barragem da Ponte sofreu danos durante uma forte chuva.

Segundo os moradores, desde então as estradas na região estão intransitáveis, o que impossibilita o tráfego de veículos pesados, como ônibus escolar.

Sem reparos feitos – ou previstos -, um morador, que mora há 10 km da barragem, afirma que nada mudou e há um mês várias crianças seguem sem conseguir ir para a escola. Isso porque, com os danos na estrada, o ônibus acaba quebrando ou não conseguindo passar, retornando o trajeto para passar nos pontos não prejudicados.

“Quando eu levo a minha filha lá, tento dar suporte para os outros vizinhos levando os filhos deles no meu carro até o outro ponto de ônibus. Mas tem alguns vizinhos que moram mais longe, então não consigo buscar. Como eles não têm condução própria, acaba que os filhos não conseguem ir pra aula”, explica.

Cascalhamento é aguardado

Segundo o morador, o prefeito do município, Henrique Wancura Budke (PSDB), e alguns vereadores estiveram na região da Ponte, onde iniciaram a obra de reparo. Mas ele aponta que os reparos são “vagarosos” e que parece mais é que estão “fazendo uma gambiarra”.

“Já pedimos pra Prefeitura jogar um cascalho na estrada logo, assim já passava o ônibus escolar, o carro, caminhão… Mas eles não jogam! Tem os proprietários rurais lá que dão o cascalho, eles [poder público] só precisam vir com o maquinário. Enquanto isso as crianças ficam sem aula e nós, ilhados”, lamenta.

Além das crianças sem aulas, ele acrescenta que muitas outras precisam de atendimento médico, mas não estão indo porque os pais não têm meios próprios para levá-los.

“Fui tentar falar com o prefeito, ele tá com a agenda cheia até o próximo mês, não tava na prefeitura. Falei com o chefe de gabinete, ele falou que vai tomar providência”, diz.

Negociações afetadas

Além das aulas, as negociações dos produtores rurais também foram afetadas. Como caminhões não conseguem passar, compradores de gado não conseguem chegar até o produtor para pegar o animal, insumos não chegam e tudo isso tem colaborado para o impacto financeiro significativo na renda familiar.

“É difícil, estamos precisando que cheguem os mantimentos para o gado, transportar gado pra fazenda, e não conseguimos!”, pontua.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Terenos para saber o que deve ser feito no local e aguarda devolutiva.