Com revitalização paralisada, avanço de erosão e rachaduras na pista expõem perigos na Ernesto Geisel

Em diversos trechos não há muretas capazes de prevenir acidentes

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Erosão e rachaduras que se aproximam do asfalto da Avenida. (Foto: Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

Com erosões que aumentam a cada vez que chove, percorrer alguns trechos da Avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande, virou tarefa arriscada para quem não tem outra alternativa de rota. Com o passar do tempo e obras de revitalização paralisadas, nota-se na região o aumento de rachaduras que avançam em direção à pista por onde milhares de veículos circulam todos os dias.

Especialmente na região do Ginásio Guanandizão, uma das áreas mais críticas da via, a margem esquerda do Rio Anhanduí acumula buracos abertos pela terra, que se solta. Por dezenas de metros, não há muretas ou grades de proteção eficazes para conter o avanço de veículos desgovernados e prevenir acidentes. (Confira detalhes no vídeo ao final da matéria). 

Além da erosão e falta de proteção, o acúmulo de lixo forma ‘paredões’ de resíduos e agravam ainda mais a situação.

Foto: Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax

“Isso aqui é uma vergonha, o pessoal joga de tudo, fica uma imundice e não dá em nada. Aqui na loja vive aparecendo bicho”, comentou um comerciante em recente visita do Jornal Midiamax ao local. 

Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande e questionou qual o grau de segurança para condutores que passam diariamente pela Ernesto Geisel e quais ações de prevenção podem ser tomadas até que a revitalização seja retomada. Até o momento não recebemos respostas e o canal segue aberto para posicionamento.

Obras na Ernesto

A continuidade das obras do Complexo Anhanduí, na Avenida Ernesto Geisel, deverá acontecer assim que ‘cair o dinheiro’ do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

A obra de drenagem no Rio Anhanduí, que corta Campo Grande pela Ernesto Geisel, faz parte do pacote de 14 obras anunciadas no dia 11 de maio. Segundo divulgado pelo Planalto, será realizada prevenção a desastres com contenção de encostas e drenagem do Complexo Anhanduí, Cabaça e Areias.

projeto de revitalização do Anhanduí é de 2011 e teve duas licitações e uma ordem de serviço assinadas e canceladas em 2012. Em 2014, também fracassou a segunda tentativa de licitação.

Problema crônico

De 2011 para 2023, a obra sofreu com um cai-cai eterno, principalmente nas épocas de chuva intensa – entre outubro e março – quando a enxurrada e o solo úmido acabavam danificando parte do serviço já executado.

Nos primeiros dias de 2023, uma ‘megainundação’ surpreendeu os campo-grandenses durante uma chuva torrencial que durou toda a manhã e tarde do dia 4 de janeiro. A Ernesto – desde a rotatória da Rachid Neder até a região da Rua Jequitibá – ficou debaixo d’água.

Tudo isso porque o volume de água não foi suportado pelo escoamento do complexo – essa foi só uma das últimas vezes que o Rio Anhanduí transbordou, causando alguns estragos por todo o complexo.

Ainda neste ano, em abril, um ‘buracão’ chegou a completar mesversário, na região do Ginásio Guanandizão. “O buraco do Guanandizão está há três anos assim e não arrumaram. Esse está começando agora, deve ter dois meses. Atravessando a rua do Aquário tem outro trecho cedendo o asfalto, das árvores o buraco já entrou em baixo do asfalto”, disse um morador da região na época.

Em janeiro de 2022, placas de contenção caíram também após forte chuva em Campo Grande, cerca de dois meses após um acontecimento semelhante na mesma área.

Foto: Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax

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