Um novo trecho da Avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande, segue com parte da via interditada, desde a última sexta-feira (28), após a queda de placas de contenção do córrego. Para moradores da região, obras incansáveis não solucionam e até viram rotina de pesadelo por medo da rua ser ‘engolida’ pela erosão.

Morando na região há 20 anos, Leandro Pereira Anastásio, 24, conta que todos os dias de chuva, o alagamento e desmoronamento são registrados. “É um descaso com a população, ainda mais por ser um problema crônico, o governo está ciente. Fora que atrapalha o fluxo da via. Só eu já vi mexendo (obras) mais de 5 vezes (nos trechos da avenida)”.

O vendedor de automóveis, Niki Manica, de 71 anos, trabalha há 21 anos próximo ao local e reclama que há um mês o trecho dava indícios da queda das placas. “Agora voltou tudo de novo. É mal administrado, sempre a mesma coisa, faz mal feito para refazer. Lá em baixo, quantos anos estão arrumando? Não dá lucro se fazer uma ver só”, questiona.

A reclamação se estende para quem cresceu morando ao lado, Marcelo Motti, 31, mora no bairro Coophasul desde criança e também estende a reclamação da constante rotina de obras nos trechos.

“Não dá nem para contar quantas vezes já vi mexendo. Uma chuva forte que tiver leva tudo. Parece que fazer uma coisa que não dá manutenção, não dá dinheiro”.

Para sinalizar, cones e cavaletes estão instalados na pista. Com o volume de chuva, as placas quebraram, o que vai forçar os reparos a demorarem mais tempo. Segundo o secretário de obras de Campo Grande, Rudi Fioresi, os reparos começam imediatamente e devem levar um mês.

“Da última vez, as placas só caíram, daí foi só colocar de volta na parede. Mas agora como quebrou é preciso fazer outra e isso leva mais tempo”.

Em nota, a Prefeitura de Campo Grande pontuou que “tem feito a manutenção periódica do canal, que é uma estrutura construída há mais de 30 anos” e que será contratado o projeto de revitalização em toda extensão da Norte Sul. “As placas caíram devido à chuva intensa, o nível do córrego subiu a ponto da água transbordar e infiltrar nos barrancos, onde ficam encostadas as placas de concreto. Além disso, serão feitas novas placas e reforçadas as margens”, pontuou a nota.