Com clima extremo, pacientes precisam levar ventilador de casa para o Hospital Regional
Hospital não segue recomendações da saúde no atendimento aos pacientes em meio ao clima
Priscilla Peres –
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Em período de estiagem grave e onda de calor em Campo Grande, familiares precisam levar ventiladores e umidificadores de casa para atender os pacientes internados no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. O maior hospital da rede estadual não tem oferecido recursos técnicos para minimizar os efeitos do clima nos pacientes.
Nesta semana, Campo Grande vive período climático crítico, com o céu encoberto por fumaça de incêndios, umidade do ar abaixo de 15% e onda de calor com temperaturas acima dos 37°C. No HRMS, familiares denunciam que faltam ventiladores, umidificadores e condicionadores de ar.
O clima extremo é fator de risco para idosos e crianças, em situação de internação, as condições podem até agravar o quadro. E é isso que familiares e pacientes temem, que o quadro de saúde piore ainda mais devido à falta de recursos técnicos.
Vale lembrar que o Ministério da Saúde recomenda que, com as condições climáticas atuais, a população aumente a ingestão de água e de líquidos, como medida para manter as membranas respiratórias úmidas e, dessa forma, ficarem mais protegidas. Além da permanência em local ventilado dentro de casa, se possível com ar-condicionado ou purificadores de ar.
As recomendações devem ser seguidas por toda a população e atenção deve ser redobrada em crianças menores de 5 anos, idosos maiores de 60 anos e gestantes.
Hospital diz que avalia instalações elétricas
Em nota, o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) afirma que “está realizando um levantamento das instalações elétricas da unidade para posterior instalação de condicionadores de ar”.
Ainda destaca que o hospital dispõe de canais específicos para atender dúvidas, sugestões ou reclamações de pacientes e familiares: Ouvidoria e SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente).
Insumos em falta há meses
Pacientes e servidores denunciam a falta de insumos básicos no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. De esparadrapo a sonda para aspirar pacientes, há registro de falta de produtos básicos para a rotina do hospital. Mas o problema não é isolado e vem de meses.
Reportagens do Jornal Midiamax mostram a falta de insumos pela qual passa o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul há meses. Ainda em 2023, foi registrada falta de itens básicos, como copos descartáveis e até álcool 70.
À frente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto afirma que o sucateamento de hospitais é prática que costuma preceder a entrega a Organizações de saúde. “Eu faço a comparação com governo que quer pedagiar estradas e deixa a estrada ficar completamente esburacada, porque isso cria na própria sociedade a sensação de que a terceirização é necessária”.
Mas, apesar de ser comum em gestões estaduais e municipais, Pigatto afirma que a prática é irresponsável. “Quando um gestor público deixa de investir numa unidade de saúde, ele está tirando qualidade de vida e gerando até mortes, porque serviço precário, no sistema que for, causa problemas e mortes”.
Falta de ar-condicionado é investigada
Em março deste ano, foi instaurado inquérito civil para apurar a falta de ar-condicionado na unidade coronariana, o setor de cardiologia, do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul). A denúncia foi feita por meio anônimo ao MPMS (Ministério Público de MS).
Conforme a denúncia feita em 2023, os ares foram instalados, mas não funcionavam adequadamente. Dias antes da notícia de fato chegar ao MPMS, apenas a ventilação estaria funcionando.
Até mesmo os pacientes ficavam inquietos e com irritabilidade por causa do calor. Segundo dados do inquérito, foi expedido ofício para a direção do HRMS. Na época, a diretoria afirmou que o calor contribuia para falhas nos aparelhos.
Governo de MS assumiu gestão do HRMS
No fim de 2023 o Governo de Mato Grosso do Sul decidiu assumir a gestão do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, dando fim a 5 anos de Protocolo de Cooperação com a Secretaria de Saúde de Campo Grande. Enquanto o Estado defende a criação de uma rede estadual de saúde, especialistas na área afirmam que a decisão abre caminho para que o maior hospital 100% público do Estado seja gerido por uma OS (Organização Social de Saúde).
A prática que representa uma espécie de terceirização tem histórico em Mato Grosso do Sul. Dos três hospitais regionais existentes, em Ponta Porã, Três Lagoas e Dourados, todos estão sob gestão do Instituto Acqua. A OS (Organização Social de Saúde) foi contratada pelo Governo do Estado para administrar os hospitais com contrato de cinco anos e valores reajustáveis, mesmo tendo histórico de denúncias na Justiça.
Em nota, a SES afirma que o Hospital Regional tem um dos mais importantes papéis na rede de atenção especializada que está sendo criada, sendo necessária uma reformulação institucional e rearranjo do perfil de atendimento. Afirma ainda que não haverá impacto para a população, mas não sabe precisar sobre abertura de novos leitos e mudança no sistema de regulação de vagas.
Matéria editada às 10h47 para acréscimo do retorno do hospital
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