Chuva tira rios de Mato Grosso do Sul da estiagem, mas tendência de seca ainda é crítica
Apesar do grande acumulado de chuva, situação de seca severa e tendência de incêndios florestais este ano não muda
Priscilla Peres, Jennifer Ribeiro –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
A semana foi de muita chuva em Mato Grosso do Sul, com volumes passando de 100 mm em algumas cidades e houve impacto positivo nos rios, que saíram da marca de estiagem. Porém, o prognóstico segue sendo ruim, com perspectiva de seca severa no Pantanal e grande possibilidade de incêndios florestais.
Dados do boletim de sexta-feira (19), da sala de situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), mostram que nenhum rio do Estado está em situação de estiagem. Situação bem diferente do início do mês, quando eram seis pontos preocupantes em quatro rios de MS.
Para se ter ideia da mudança, a régua de Porto Esperança no Rio Paraguai terminou março com média de 13 centímetros, enquanto o nível de estiagem é de 35 centímetros. Atualmente, marca 55 centímetros.
No Pantanal, abril é época em que se inicia o período de cheias, porém a realidade do Rio Paraguai é de estiagem. Dados da Marinha confirmam que a situação melhorou em abril, mas continua bem aquém do ideal.
No dia 1° de abril, o Rio Paraguai em Ladário marcava 0,98 centímetros e saltou para 1,30 metro no dia 19. Apesar da alta, no mesmo período do ano passado, o rio estava em 2,97 metros.
Rio Paraguai caminha para pior seca da história de MS
O nível do Rio Paraguai, em Ladário, caminha em 2024 para atingir o pior nível histórico de seca já registrada em Mato Grosso do Sul. Nesta semana, a régua de Porto Esperança marca 7 centímetros, sendo que indicação de 35 cm já é considerada estiagem. A situação é crítica e pode estar relacionada com as mudanças climáticas e as consequências nas temperaturas e ciclo de chuvas.
Pesquisador da Embrapa Pantanal, Carlos Padovani, acompanha há anos o comportamento dos rios de Mato Grosso do Sul, principalmente na bacia do Paraguai e afirma que o cenário atual é preocupante. A referência usada por ele é o nível do Rio Paraguai na régua de Ladário, que representa 80% da baía e tem histórico de 123 anos.
O principal alerta é que, nesta época do ano, a região pantaneira encerra o período de cheias e inicia a estiagem, mas os rios não encheram como era esperado. As altas temperaturas, aliadas a irregularidade e pouco volume de chuvas, afetam diretamente a bacia do Pantanal e, consequentemente, o nível dos rios.
“Tem chovido, mas a chuva não tem influenciado no nível dos rios porque é necessária muita chuva para infiltrar no solo e encher os rios, mas as chuvas estão irregulares e está muito calor, o que também contribui para que a chuva não seja suficiente”, explica o pesquisador.
Com chuvas irregulares e rios secos, outras duas graves consequências acontecem: falta de navegabilidade na hidrovia e tendência a incêndios.
Órgãos estruturam prevenção a incêndios diante de risco
Na quinta-feira (18), o Governo de Mato Grosso do Sul assinou um termo de cooperação com o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas visando à união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Na oportunidade, o governador Eduardo Riedel destacou que equipe está preparada, visto o alto risco de incêndios florestais.
Ele afirma que Mato Grosso do Sul está equipado e com inteligência aplicada para prevenir os incêndios florestais. “No Pantanal a gente está vendo os níveis dos rios muito baixos. Graças a Deus choveu essa semana inteira, isso muda um pouquinho o cenário, mas é um ano de altíssimo risco. Vamos entrar num inverno agora com alto risco, por isso a situação de emergência e as ações preventivas”, afirma o governador.
Com o termo de cooperação assinado, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul se comprometem a unir esforços em prol da preservação do Pantanal. Em Campo Grande, o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, destacou a união de esforços para criar mais sinergia entre os estados e melhorar o resultado na proteção e preservação.
A ministra de Meio Ambiente, Marina Silva, que esteve em Campo Grande, explicou que o plano de prevenção estabelece o controle do desmatamento dos biomas com ações estratégicas, uma delas é o combate das atividades ilegais, a outra é o apoio às atividades produtivas sustentáveis e a criação de instrumentos econômicos para financiar essas atividades produtivas sustentáveis, além da parte de ordenamento territorial e fundiário.
Pantanal terá 13 bases para combater incêndios
O Pantanal sul-mato-grossense terá 13 bases avançadas para combater incêndios florestais e monitorar focos de calor. A distribuição estratégica ocorre, principalmente, na região do Paiaguás. A medida começa a valer a partir do mês de maio e ocorre nove dias depois do Governo do Estado decretar emergência por 180 dias.
As bases operacionais do Corpo de Bombeiros Militar possuem o objetivo de diminuir o tempo-resposta e reforçar a prevenção e o combate aos incêndios no bioma, estando em propriedades rurais mais distantes. A estruturação contará com o empenho de efetivo, viaturas e equipamentos alinhados com o melhor da tecnologia disponível, para o monitoramento in loco dos focos de calor.
Notícias mais lidas agora
- Convidado alterado perturba mulheres em festa de campanha da OAB-MS e caso vai parar na delegacia
- Frustrada com corte, cliente sai de salão revoltada e desabafa: ‘vão se arrepender’
- Pedestre morre atropelado na zona rural de Campo Grande e motorista foge sem prestar socorro
- Motociclista morre após bater em poste na Avenida Duque de Caxias
Últimas Notícias
STJ derruba decisão e município deve revisar contrato com o Consórcio Guaicurus
Apesar de perícia atestar lucro milionário, empresários do ônibus querem mais dinheiro público
Árvores interditam avenidas de Campo Grande após temporal
Campo Grande registrou mais de 47 milímetros de chuva nas últimas horas
Deputados votam projetos sobre reajustes, reestruturações de cargos e benefícios para servidores públicos de MS
Quatro projetos serão discutidos nesta quinta-feira (21)
Com vagas de nível médio, Semed divulga seleção para assistente de educação infantil
A remuneração prevista é de R$ 1.900,00 para uma jornada de trabalho de 40 horas por semana
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.