Atividades esportivas, culturais e muita comida típica japonesa. Na 36ª edição do Undokai, neste domingo (7) em Campo Grande, diversas atividades movimentam a comunidade nikkey e aproximam quem busca ter esse contato com a cultura e tradição do país do Sol Nascente.

Nilson Tamotsu, presidente da AECNB (Associação Esportiva e Cultural Nipo-Brasileira), explica que essa tradição une as famílias no mês de maio em cerca de 21 atividades diferentes. Dentre elas estão a corrida (50 e 75 metros), cabo de guerra, pesca peixes e revezamento (75 metros).

O evento, com entrada gratuita, acontece na sede de campo da AECNB, localizada na Avenida João Arinos, nº 140, na saída para Três Lagoas. Durante a gincana familiar esportiva é possível adquirir um sobá, enquanto as crianças se divertem entre si.

Foto: Kísie Ainoã/Midiamax
Leandro e a filha – Foto: Kísie Ainoã/Midiamax

Para o funcionário público Leandro Maeda, de 40 anos, trazer as crianças de 2 e 4 anos é mais do que incentivar o convívio social dos filhos, mas também “preservar a cultura”. Ele veio de há cerca de dez anos e com a família hoje faz parte da terceira maior comunidade de descendentes japoneses do país.

Sentir-se parte disso leva o desenvolvedor de software Fernando Kendy, 23 anos, a se dedicar ao Taiko Ryukyu Koku Matsuri Daiko, que é um grupo de tambores de Okinawa. Ele explica que “esse sentimento de pertencimento vem de preservar a cultura aprendida com os pais”. Assim, o Undokai tem esse viés da tradição e reencontro entre as gerações.

Para o governador Eduardo Riedel (PSDB) a integração é a palavra-chave em eventos como o promovido neste domingo (7). Ele destaca ser “imensurável a contribuição da colônia” com o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. Tanto que o apoio do Estado ao Undokai ocorre pela (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul) todos os anos. A prefeitura também é parceira.

Em movimento

Foto: Kísie Ainoã/Midiamax
Foto: Kísie Ainoã/Midiamax

Carlos Aguni, de 67 anos, celebra a história da imigração e a gincana familiar esportiva ao lado de uma ambulância. O médico sanitarista está atento a todos que passam pelo evento, com a estimativa de público de duas mil pessoas. Em sua avaliação, a longevidade decorre das lições apreendidas com os ancestrais sobre dieta, atividade física e a busca pelo equilíbrio.

O mover-se, inclusive, tem efeitos positivos na vida de Celeste Molina Cohrs, 84 anos. Ela foi a responsável por colocar o público e até autoridades para participar da Rádio Taissô, ginástica rítmica regulamentada no em 1928 para homenagear à posse do Imperador Hirohito.

“Não tenho dores, sou uma menina graças a essa ginástica”, descreve Celeste, que a pratica em aulas gratuitas todos os dias no Parque Belmar Fidalgo, das 7h às 7h30. A prática tinha no rádio sua indicação dos movimentos, sendo indicada para evitar dores nas costas, no pescoço, lombares, reumáticas, de cabeça, tendinite e mal estar.

Foto: Kísie Ainoã/Midiamax
Foto: Kísie Ainoã/Midiamax

Undokai

Criado há 130 anos, o Undokai representa uma reunião esportiva. Isso diante da junção dos termos “undô”, que significa e movimento, e “kai”, traduzido como reunião. Este dia reúne várias gerações de japoneses e seus descendentes para a prática de esportes variados.

Houve um intervalo de três anos na realização do evento, por conta da pandemia da Covid-19, tendo este retornado no ano passado. Produtos e comidas típicas japonesas também integram a ação que ocorre, desde às 8h, na sede de campo da Nipo, localizada na Avenida João Arinos, nº 140, na saída para Três Lagoas. A entrada é gratuita.