Sofrendo ameaças, avó de criança de 2 anos morta diz que estava proibida de ver a menina

Pessoalmente ou na internet, ameaça é crime. O artigo 147 do Código Penal esclarece que ameaçar alguém é crime e prevê detenção e multa a depender do caso

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Carrinho da criança morta vítima de maus-tratos. (Foto: Henrique Arakaki / Midiamax)

Desde a quinta-feira (26) a vida de familiares da criança de 2 anos morta, virou de cabeça para baixo. Ainda em choque com a notícia da morte e a prisão da mãe e do padrasto, familiares encaram o ‘tribunal do júri’ nas redes sociais, além de ameaças graves.

Avó materna da criança diz estar “tão chocada quanto todos” sobre o ocorrido com a menina. Além disso, conta que teve problemas com a filha por causa do relacionamento atual e foi proibida de frequentar a casa dela.

“Minha filha tinha me proibido de ir na casa dela, porque eu enfrentei o rapaz. Coisa de mãe, falei pra ela o que eu achava de uma situação que eles viviam e ela não me deixou mais ir lá”, conta a avó, assustada com toda a situação.

Ela afirma que o relacionamento da filha com o atual marido tinha pouco mais de um ano, mas que nunca soube de agressões entre eles. “Muito pelo contrário, quando os via sempre aparentavam estar bem. Eu não sabia de nada, nem de agressões contra ela e muito menos contra a menina”, diz.

Ameaças extrapolam barreira das redes sociais

A mulher conta que desativou as redes sociais, devido a um grande número de ameaças que estava recebendo. “As pessoas andam julgando sem saber e fazendo ameaças”, diz.

Seus familiares que estavam lendo as ameaças, já que ela preferiu evitar as redes sociais. “É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e a gente fica com medo”.

Porém, neste fim de semana ela teve a impressão de ser seguida por um carro na rua, o que a deixou ainda mais receosa. “Eu vi um carro me seguindo, quando sai para buscar meu marido”.

Pessoalmente ou na internet, ameaça é crime. O artigo 147 do Código Penal esclarece que ameaçar alguém, por palavra , escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave.

O crime prevê detenção de um a seis meses, ou multa.

Confirmou que padrasto batia nas crianças

Em depoimento, a mulher de 24 anos, que está presa pela morte da filha de dois anos, disse que tinha medo de denunciar o atual companheiro. Ela ainda alegou que percebia sinais de abuso na criança quando ela voltava da casa do pai, de quem está separada, mas não relatou ter feito denúncia. 

Série de abusos e agressões foram reveladas na noite de quinta-feira (26), após a menina de dois anos dar entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino já sem vida. Assim, mãe e padrasto da criança foram presos.

Para a polícia, a mulher disse que a filha começou a passar mal na noite de quarta-feira (25), com dores no estômago e vômito. No entanto, deu remédio para a criança, que teria melhorado.

Já na quinta-feira, a menina acordou pedindo comida, mas acabou vomitando e relatou novas dores no estômago. Então, à tarde a menina dormiu, acordando pior já por volta das 15h30.

Ainda segundo a mãe, a barriga da criança inchou e ficou dura, quando decidiu levar a filha ao médico. Assim, a mulher alega que a menina começou a ter dificuldades para respirar.

Apesar do trajeto entre a casa e o posto de saúde durar 10 minutos, a médica que atendeu a criança confirmou que a menina já estava morta há pelo menos quatro horas.

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