A estátua do poeta Manoel de Barros, na Avenida Afonso Pena, completou dois anos sem um dos pés em 19 de abril deste ano e a promessa do poder público na época era que um acordo com uma empresa privada pudesse patrocinar o restauro do monumento em até 90 dias. Contudo, três meses depois, o monumento em homenagem a um dos autores mais queridos de Mato Grosso do Sul continua vandalizado e sem previsão de restauração. 

O então diretor-presidente da (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), Max Freitas, afirmou em 24 de abril que um “patrocínio casado” com a poderia garantir novos investimentos em 90 dias.

“Num todo, o investimento total, entre jardinagem, iluminação, restauro do pé, do óculos e pintura da escultura, está em aproximadamente em R$ 140 mil”, afirmou o então titular da FCMS. 

Porém, no domingo (23), encerra-se o prazo de 90 dias e o acordo entre as duas partes não avançou.

“A Energisa informa que não há parceria firmada com a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul para o restauro da estátua de Manoel de Barros”, afirmou a empresa em nota ao Jornal Midiamax.

Já do lado do poder público, Max Freitas foi exonerado em junho e a FCMS não deu prosseguimento às tratativas do acordo para a restauração da estátua. O cargo de diretor-presidente da FCMS segue vago desde então.

Manoel de Barros ganhou uma bota texana nesta semana (Henrique Arakaki, Midiamax)

Conforme explicou o titular da Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania), Marcelo , o acordo era tratado pelo então diretor-presidente, mas a intenção é que as conversas sejam retomadas em breve. No ano passado, o processo de restauro teria sido iniciado, mas parou na fase de orçamentos antes da conclusão de quanto seria necessário para a obra.

“Nós não identificamos na Fundação [De Cultura de Mato Grosso do Sul] nenhum processo nesse sentido. A gente vai entrar em contato com o ex-presidente Max para identificar com quem era tratado [o acordo com a Energisa]”, ele explicou ao Jornal Midiamax. 

Marcelo Miranda também explicou que a pasta esteve focada nas últimas semanas com a Lei Paulo Gustavo e com o Festival de Inverno de Bonito, mas os próximos passos da fundação incluem avançar com as tratativas do projeto de restauração da estátua de bronze do poeta.

“Eu particularmente entendo que tem que repensar toda a questão da obra ali e até o local. Acho que precisa achar um local mais seguro, mas tudo isso são ideias iniciais. É uma obra muito importante, tem que pensar uma forma de valorizá-la e não só restaurá-la”, garantiu o titular da Setescc.

Bota no Manoel de Barros

Com a falta de pé há mais de dois anos, uma bota texana foi amarrada no monumento pé esquerdo para “dar um jeitinho” nos últimos dias. 

O sapato escolhido pelo anônimo que fez a “gentileza” a estátua foi certeiro, já que o poeta foi fazendeiro e por muitos anos viveu em uma propriedade no de Corumbá, distante 426 km de .

A estátua feita de bronze foi inaugurada em 2017 em homenagem ao poeta Manoel de Barros. A obra foi esculpida pelo artista campo-grandense Ique Woitschach.

O monumento foi vandalizado em 19 de abril de 2021. Moradores da região perceberam que a estátua feita de bronze, localizada no canteiro central da Avenida Afonso Pena, estava sem um dos pés. 

Mesmo vandalizada, a estátua de Manoel de Barros frequentemente conta com um campo-grandense ou turista “proseando” ou tirando fotos no monumento.

Bota de rodeio de Manoel de Barros (Henrique Arakaki, Midiamax)