O mercado da construção civil de Mato Grosso do Sul está otimista para aquecimento do setor no segundo semestre de 2023 diante das mudanças no Minha Casa Minha Vida anunciadas pelo Governo Federal na terça-feira (20). O setor, que vinha registrando índices negativos, cobrava incentivos ao consumidor.

Diego Canzi, presidente da Acomasul (Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul), explica que a desaceleração do mercado era resultado de altas do custo de obras e taxa de juros que o interessado em comprar a casa própria não tinha.

“Todo senhor vinha preocupado diante do primeiro semestre, vendemos menos imóveis. Todo setor cobrava promessas do governo, um fomento. Se comparar a taxa de juros da iniciativa privada, varia em negociação que chega a 11%, do programa é 4%, uma diferença muito grande, não há como competir. Agora, o consumidor vê mais atrativo por menor juros e maior subsídio”.

As mudanças estão previstas para validade a partir de julho. Ministério das Cidades vai regulamentar os parâmetros até 30 de junho e as medidas deverão ser implementadas ao longo do mês de julho de 2023.

Como fica?

No caso das casas taxas de juros oferecidas para famílias com renda de até R$ 2 mil mensais foram reduzidas em 0,25%. No Estado cai de 4,5% para 4,25% ao ano, conforme estabelecido na Medida Provisória nº 1.162 aprovada pelo Congresso Nacional no dia 13 de junho.

O enquadramento na faixa do programa será ajustado de R$ 2,4 para R$ 2,64 mil. Uma família com renda mensal de R$ 1.650, ao adquirir um imóvel no valor de R$ 172 mil, tem o subsídio ampliado de R$ 47,5 mil para R$ 55 mil. Já uma família com renda de R$ 1.980,00, adquirindo o mesmo imóvel, passará a acessar um subsídio de R$ 41,8 mil – 15% maior que o vigente de R$ 36,4 mil.

“Quem conhece uma pessoa assalariada que consegue arcar com um imóvel que custa 80% da sua renda? O consumidor que iria adquirir uma casa precisava dar uma entrada de R$ 16 a 40 mil. O subsídio disponível pelo FGTS chegava a R$ 47 mil e agora pode chegar a R$ 55 mil. Agora, um imóvel será financiado pelo próprio programa com subsídio mais, taxas menores e menor entrada. Isso vai ajudar muito quem quer uma casa sua”.

Os beneficiários “Faixa 3” vão poder adquirir imóveis com valor de venda de R$ 350 mil em todo o território nacional, independentemente da localidade. Segundo o governo, o limite era de R$ 264 mil. Para as famílias das Faixas 1 e 2, o limite passa a variar entre R$ 190 mil e R$ 264 mil, também sem restrição de localidade.

A estimativa é que a medida traga um incremento de 57 mil novas contratações na faixa 3, das quais 40 mil em 2023. Além disso, o conselho estima um crescimento de 12% nas contratações, com cerca 330 mil unidades para famílias com renda de até R$ 3,3 mil. Em 2023, o orçamento do FGTS para subsídios é de R$ 9,5 bilhões.