Menino de 8 anos, picado por escorpião em Ribas do Rio Pardo, tem alta
Criança foi picada quando colocou a mão embaixo de uma caixa d’água de plástico
Mirian Machado –
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O menino, de 8 anos, picado no sábado (30) por um escorpião da espécie Tityus serrulatus, popularmente conhecido como escorpião amarelo, em Ribas do Rio Pardo, cidade a 96 quilômetros de Campo Grande, teve alta na manhã deste domingo (1°) após ser transferido para o Hospital da Unimed em Campo Grande.
A criança foi picada quando colocou a mão embaixo de uma caixa d’água de plástico na área rural da cidade. O pai contou ao Notícias do Cerrado que na mesma hora colocou o filho no carro e levou ao hospital. O hospital informou que a criança deu entrada às 15h07 com picada na mão, consciente, com muita dor no local e episódio de vômito.
“Foi administrado soro antiescorpiônico, medicamentos para dor, e solicitados exames e transferência do paciente para instituição hospitalar em Campo Grande, com especialista pediátrico. Paciente transferido às 17 horas, para hospital privado”, informou a nota da prefeitura.
O pai ainda informou que o filho fez exames por precaução e que está bem.
Outros casos
No mesmo dia, um homem, de 30 anos, foi picado pelo inseto também em Ribas. Ele foi levado para o hospital municipal, onde recebeu soro antiescorpiônico, ficou em observação e teve alta.
Em agosto, um menino de 5 anos morreu ao ser picado por um escorpião. Ele chegou a ficar uma semana internado no Hospital regional em Campo Grande.
A criança teria sido picada pelo escorpião ao colocar um sapato, enquanto se arrumava para ir à escola.
Duas mortes de crianças em 2022 causadas por escorpião
No ano passado, duas crianças, uma menina de três anos e um garoto de sete, de Paranaíba e Cassilândia, morreram por picada do animal peçonhento. A incidência pode ter influência com o clima úmido e calor intenso.
O ataque de escorpião a duas crianças em um curto espaço de tempo reacendeu um grave alerta para as picadas desse animal, que podem levar à morte. Em caso de acidente, o paciente deve ser levado para tratamento imediato. Porém, em Mato Grosso do Sul nem todas as cidades disponibilizam soro antiescorpiônico.
Procure um médico
Levantamento do Civitox MS (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica de Mato Grosso do Sul) aponta 3.205 ataques de escorpiões em 2022, sendo 1.101 em Campo Grande.
O responsável clínico do Civitox MS e professor adjunto de dermatologia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Alexandre Moretti de Lima, explica que a primeira coisa a fazer após uma picada de escorpião é procurar imediatamente o atendimento de emergência para verificar a gravidade do acidente.
“É importante levar o escorpião porque no posto de saúde vai tirar foto e mandar para os biólogos do Civitox para analisar a espécie”, ele orienta.
Geralmente, com o uso de pá ou vassouras, as pessoas empurram o escorpião para dentro de um frasco.
Alexandre afirma que a maioria dos casos é leve e os tratamentos geralmente são para dor. Contudo, há uma parte de casos moderados e graves que necessitam de soro antiescorpiônico.
Como evitar o escorpião?
Campo Grande ainda não vive a época mais propícia para aparecimento de escorpiões, que seriam primavera e verão. Contudo, como o inverno no Estado tem a tendência de ser mais quente, alguns animais saem das tocas, bueiros, esgotos e caixas de gordura à procura de alimentos.
“É importante manter o condicionamento dos lixos sempre fechados, armazenados em locais específicos, evitar entulhos, deixar sempre limpo terrenos baldios. Em casa, é fundamental fechar ralo, frestas, colocar água sanitária nos ralos, nos buraquinhos em que eles podem sair, diminuindo a proliferação”, explica o especialista.
Todas essas dicas são importantes para evitar o aparecimento de escorpiões e dos insetos, como baratas e moscas – que são os alimentos do animal peçonhento.
“A dedetização ajuda a controlar os insetos. Se controla os alimentos, você não traz o escorpião para próximo do ser humano”, afirma Alexandre.
Ele também ressalta a importância de monitorar as crianças, já que elas são as mais vulneráveis para casos graves. Os sintomas iniciais que indicam sinal da gravidade são náuseas, vômitos, salivação e palidez.
Para orientação ou tirar dúvidas, os telefones do Civitox são (67) 3386-8655, 0800-722-6001 e 150.
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