O idoso de 71 anos que esperava há 3 dias por uma transferência do UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para o Hospital Universitário, em Campo Grande, teve que ser deslocado por meio de uma ambulância particular, ainda na quarta-feira (8).

Segundo o filho do idoso, Diego Matos, a família decidiu não esperar mais pela ambulância do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para fazer a transferência. “Nós ficamos ainda aguardando o SAMU, mas chegou no período da tarde e nada”, relata ao Jornal Midiamax.

Então, a família procurou o serviço particular – segundo ele, até orientados por trabalhadores do UPA – para poder seguir com o tratamento do paciente, que precisa passar por uma cirurgia no fêmur.

O idoso, que estavam internado desde segunda-feira, foi levado até o HU na tarde de ontem. O serviço de transferência com ambulância particular foi de R$ 350 – pagos após longa espera pela realização pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

O que diz a Sesau sobre a demora?

A Sesau havia informado ao Jornal Midiamax que o SAMU atende ocorrências externas de urgência e emergência e por isso, é dado prioridade ao paciente que está com maior gravidade par que o quadro clínico seja estabilizado o mais rápido.

“[…] o que pode provocar uma demora além do esperado para realizar o transporte dos pacientes que já estão nas unidades 24h”, diz nota enviada ao Jornal Midiamax. A pasta ressalta que o idoso estava sendo acompanhado e será transferido “o mais rápido possível”.

Entretanto, a família optou por não esperar mais, pois a cirurgia precisava ser feita e a não realização dela poderia acarretar sequelas ao paciente. Agora, o idoso passa novamente por exames, antes do procedimento cirúrgico.

Isso acontece porque os exames que a família pagou mais de R$ 900, após a primeira ida à UPA, ficaram desatualizados. Ao todo, foram desembolsados R$ 1.260.

Demora é alvo de investigação

O MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) instaurou notícia de fato para apurar denúncia na demora para transferência de pacientes para hospitais de Campo Grande. A apuração deriva de uma denúncia protocolada na Ouvidoria do MPMS.

Em dezembro de 2022, um morador do Jardim Aero Rancho denunciou que a tia de 72 anos aguardou por mais de 12 horas por uma transferência. Ela estava esperando ser levada do CRS (Centro Regional de Saúde) Aero Rancho para o Hospital Regional Rosa Pedrossian.

Em janeiro, a manifestação foi distribuída à 32ª Promotoria de Justiça, que abriu uma notícia de fato. A apuração foi prorrogada por mais 90 dias na semana passada.

No decorrer da investigação, o Samu informou que o tempo médio de atendimento é de 31 minutos, com base nos 6,2 mil atendimentos realizados em novembro de 2022. Até o momento, nem o Samu e nem a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) detalharam a situação do atendimento de urgência e emergência ao MP.