Escola recomendou psicólogo para adolescente dois meses antes de ataque que feriu advogada

Em apenas um mês de aula na rede estadual, escola notou comportamento suspeito e chamou família para recomendar acompanhamento psicológico

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GCM, PM e Corpo de Bombeiros foram acionados até à escola. (Kisie Ainoã, Jornal Midiamax)

O adolescente de 15 anos que planejou um ataque na Escola Municipal Bernardo Franco Baís, teve comportamento suspeito identificado em apenas um mês de aula na rede estadual, em Campo Grande. A equipe educacional recomendou que ele passasse por acompanhamento psicológico.

O menino concluiu o Ensino Fundamental em 2022 na escola onde voltou para promover um ataque, na tarde de quinta-feira (18). Ele iniciou o ano letivo de 2023, em uma escola estadual, mas em apenas um mês de aulas foi recomendado para sua família que buscasse avaliação e acompanhamento com psicólogo.

A SED (Secretaria Estadual de Educação) não detalha quais comportamentos do garoto levaram à recomendação, apenas que ele precisaria de “atenção especial por parte da família, devido a uma questão de comportamento“.

Ainda conforme a SED, a ação de acionar a família recomendar avaliação e possível acompanhamento psicológico, faz parte do protocolo da Rede, mantendo pais/responsáveis informados sobre as situações observadas nas escolas.

Menino alegou ter sido estuprado dentro da escola municipal

Em depoimento na Deaij (Delegacia Especializada no Atendimento à Infância e Juventude), o adolescente de 15 anos alegou ter sido estuprado dentro do banheiro da escola por três alunos.

O crime teria acontecido no ano passado, segundo depoimento, e o atentado planejado devido a isso. O adolescente disse os nomes de seus abusadores não dando mais detalhes do abuso.

A Semed (Secretaria Municipal de Educação) alega que não há nenhum registro, em ata, deste episódio. Mas em entrevista ontem, confirmou que o aluno tinha alvos dentro da escola.

Aluno estava com facas e marreta

Ainda em depoimento, o adolescente que esfaqueou uma advogada na escola, contou que esperou a mãe sair para trabalhar e pegou as facas para cometer o crime, confessando, assim, o ataque.

adolescente ainda revelou que acordou cedo, se arrumou e esperou a mãe sair para trabalhar, quando foi até a cozinha e pegou cinco facas, além de uma marreta e foi em direção à escola. Ele ainda falou que teria visto os abusadores indo para a quadra de esportes, e por isso, tentou entrar na unidade escolar.

Durante depoimento, o adolescente repetiu discursos de jovens que cometem este tipo de crime e que não serão reproduzidos pelo Jornal Midiamax, que zela pelo compromisso de não estimular atos de violência em indivíduos e comunidades de ódio, que resultam em novos casos, segundo recomendações de estudiosos em comunicação e violência. Pesquisas mostram que essa exposição pode levar a um efeito de contágio, de valorização e de estímulo do ato de violência

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