O Governo do Estado divulgou um alerta sobre os ataques de escorpiões em cidades de Mato Grosso do Sul. Só neste mês, uma criança de três anos morreu e outra está internada após picada em Ribas do Rio Pardo.

A nota explica que a reprodução do animal peçonhento acontece durante as altas temperaturas, entre agosto e setembro. No primeiro trimestre desde ano, o Estado registrou 3.012 acidentes com escorpião. De janeiro a setembro do ano passado, foram 2.812 casos. A média de ataques por dia no Estado, 11, é superior ao registrado no ano passado.

Campo Grande registrou o maior número de vítimas de escorpiões até o momento, com 787 acidentes. Além da Capital, outros municípios ultrapassam os 100 casos: Três Lagoas (431), Paranaíba (189), (133), Dourados (110), (106) e (104).

Alexandre Moretti de Lima, médico e responsável clínico pelo Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica), reforça que crianças e idosos são vítimas mais vulneráveis em risco de evolução dos casos, que pode levar ao óbito.

“Na maioria das vezes, 98% dos casos são de quadro leve, só com dor local. Em crianças e idosos a gente tem que tomar cuidado pelo risco de manifestação sistêmica e necessidade de soro. Se evoluir com o quadro cardiopulmonar, com edema agudo de pulmão, taquicardia, hipertensão, sudorese, salivação e palidez, será necessário a utilização de soro escorpiônico”.

A nota orientativa sugere que moradores devem tomar medidas para evitar os acidentes, como:

  • usar água sanitária nos ralos e frestas de portas;
  • instalar barreiras mecânicas nas portas;
  • evitar o acúmulo de entulhos;
  • fechar frestas e rachaduras nas paredes;
  • manter o ralo do banheiro fechado após o banho e vedar bem as caixas de gordura.

Em caso de picada, é necessário lavar o local da picada com água e sabão. Moretti destaca que a vítima deve procurar a unidade de saúde mais próxima e passar por atendimento imediatamente. “Em raros casos vai ser necessário a utilização de soro antiescorpiônico, mas quanto mais precoce a utilização, menor a chance de mortalidade”.

Caso consiga capturar o animal, evitando contado direto, ele deve ser recolhido e levado ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) do município para auxiliar na identificação e medidas de prevenção e controle da espécie.

Em caso de dúvidas, basta entrar em contato com o Ciatox pelos telefones: (67) 3386-8655 e 0800-722-6001 e 150. A equipe oferece teleatendimento aos profissionais de saúde, diagnóstico e identificação de animais peçonhentos e plantas tóxicas.