Campo Grande tem a maior população absoluta de indígenas de , com 18.439 pessoas, seguido por Dourados com 12.054 e com 9.988 indígenas. 

As informações são dados preliminares sobre o Censo Demográfico 2022, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), divulgados nesta segunda-feira (7).

Isso significa que a Capital lidera em número de indígenas no município, seja na área urbana, rural ou em Terras Indígenas (TIs). 

Já pelo recorte de indígenas vivendo em áreas regularizadas como TIs, Dourados lidera o ranking estadual, com 13.473 pessoas, seguido por Amambai com 6.861 e Caarapó com 4.414 indígenas. 

O coordenador do Censo em Dourados, Leandro Cabral, explica que a população na TI Dourados é maior que a quantidade do município porque ela abrange parte de

“O limite municipal de Dourados e Itaporã corta no meio da Terra Indígena, não segue nenhum elemento geográfico, há uma divisão interna Jaguapiru e Bororó, então a gente faz duas divulgações, então tem a população TI Dourados que mora em Itaporã e também em Dourados, mas também há a população municipal”, ele explica. 

Leandro reforça que esses dois recortes são importantes para entender como Dourados é apontada como uma das maiores Terras Indígenas do Brasil, mas fica em segundo lugar no recorte por cidades, atrás de Campo Grande.

“É interesse falar isso porque quando a gente divulga Dourados, as pessoas acham que tem menos, mas a TI Dourados é maior que isso e de fato ela é”, reforça.

A coordenadora de divulgação do Censo, Elenilce Cristaldo, explicou que, mesmo sem TI, Campo Grande consegue liderar o ranking municipal por ter a maior população, com muitos indígenas vivendo nas aldeias urbanas. “Como a população de Campo Grande é maior, acaba liderando”, ela afirma.

A TI em Dourados é a sexta maior do país. Confira as cinco Terras Indígenas mais populosas do Brasil: 

  • Yanomani (AM/RR): 27.152;
  • Raposa Serra do Sol (RR): 26.176;
  • Évare I (AM): 20.177;
  • Alto (AM): 18.042;
  • Andirá-Mirau (AM/PA): 14.307.

População indígena cresce 51%

Os dados do IBGE apontam que 69.886 pessoas moram em Terras Indígenas em Mato Grosso do Sul, sendo 68.534 indígenas (98,07%) e 1.352 não indígenas (1,93%).

Já a população indígena total do Estado é de 116.346 pessoas, o que representa 4,22% da população de Mato Grosso do Sul levantada pelo Censo de 2022. 

Na comparação com o levantamento de 2010, quando a população indígena era de 77.025, o número de pessoas que compõem os povos originários cresceu 51,04% no Estado.

Mato Grosso do Sul aparece em terceiro lugar no ranking das unidades da federação, ficando atrás do e Bahia. O Estado ocupava a segunda posição no Censo de 2010 e foi ultrapassado pelo estado nordestino.

O evento no IBGE contou com a presença de indígenas que aproveitaram a ocasião para fazer sugestões sobre a realização do Censo Demográfico. Entre os apontamentos está a questão da formação mais específica de agentes censitários para os indígenas a nível de internet e tecnologia, para que não haja desistência.

Indígenas fizeram sugestões sobre o Censo Demográfico. (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

“O IBGE tem que qualificar o nosso povo, isso facilita muito porque nós precisamos do emprego, abre a seletiva, mas na hora da qualificação muitos desistem porque você tem que usar um celular, um aplicativo, muito burocrático”, apontou a representante do CMDDI (Conselho Municipal de e Defesa dos Povos Indígenas), Silvana Terena.

O Censo IBGE capacitou 142 pessoas, indígenas e não indígenas, para realizar o Censo Demográfico em Terras Indígenas. Contudo, muitos candidatos desistiram durante o processo seletivo.