Com baixo estoque de antivirais, MS tratou 112 pacientes contra Covid pelo SUS
Comprimido formado por nirmatrelvir e ritonavir ou Baricitinibe só é usado com prescrição médica
Karina Campos –
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Liberado desde novembro do ano passado para utilização do SUS (Sistema Único de Saúde), o tratamento contra covid-19 por antiviral em comprimidos é escasso em Mato Grosso do Sul devido ao baixo estoque do medicamento recebido pelo Ministério da Saúde. Cerca de 112 moradores do Estado já trataram a doença, a maior parte do público é de idosos imunocomprometidos.
A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informou que os pacientes foram atendidos em Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Três Lagoas, Camapuã, Itaporã, Amambai, Eldorado, Porto Murtinho e Ivinhema. Foram 3.090 comprimidos de nirmatrelvir e ritonavir para 103 pessoas e 3.480 Baricitinibe 4mg, que corresponde a 249 tratamentos.
A Paxlovid é indicado para tratamento contra covid-19 em pacientes imunocomprometidos a partir dos 18 anos, segundo os critérios utilizados para priorização da vacinação para Covid-19, e idosos com 65 anos ou mais, independentemente do seu status vacinal, desde que estejam com o diagnóstico confirmado no período, entre o 1º e 5º dia dos sintomas, apresentando sintomas leves a moderados (não graves) e que não precisem de oxigênio suplementar.
“Dentro dos critérios de uso adotados, 83,5% do tratamento foi dispensado para o grupo de pacientes idosos, enquanto 16,5% para pacientes imunocomprometidos. A SES/MS reforça que o acesso ao tratamento é somente por meio de prescrição médica”, afirma a SES, em nota.
Baricitinibe
Também incorporado na saúde pública, o Ministério da Saúde doou ao Estado mais 3.480 comprimidos, correspondendo a 249 tratamentos de Baricitinibe 4mg, indicado para tratamento em pacientes adultos hospitalizados que não desenvolveram a forma mais grave da doença e que podem se beneficiar com o tratamento.
Inicialmente, foi realizada uma distribuição para os cinco hospitais com maior frequência de tratamento de infecção pelo coronavírus: Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, Hospital Universitário Maria Aparecida, Hospital Regional Dr. José de Simone Netto de Ponta Porã, Hospital Universitário da Grande Dourados e Hospital Municipal de Naviraí.
Todos os demais hospitais públicos com demanda deste medicamento também podem solicitá-lo à Assistência Farmacêutica Estadual, cuja retirada é exclusiva pelas unidades hospitalares. A secretaria ainda afirmou que não há previsão de envio de novas remessas de tratamentos pelo Ministério da Saúde ao Estado.
“Com o objetivo de agilizar o acesso do medicamento pelos municípios, a SES distribuiu aos Núcleos Regionais de Saúde, proporcionalmente à quantidade de habitantes. As dispensações iniciaram no mês de novembro de 2022. Até o presente momento foram atendidos 9 pacientes, sendo 8 pacientes de Campo Grande e 1 paciente de Eldorado”.
Tratamento em Campo Grande
A maioria dos tratamentos acontece em Campo Grande, considerando a maior taxa de habitação. Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), até o momento, foram dispensados tratamentos para 79 pacientes, mais da metade do que foi recebido pelo município.
Embora não tenha previsão de chegada ao Estado, o Ministério da Saúde recebeu o segundo lote com 50 mil doses de medicamento para o tratamento contra a covid-19, no dia 19 de janeiro, produzido pela Pfizer. Estes remédios serão distribuídos após a solicitação dos estados e Distrito Federal.
Quando pode ser usado?
A resolução publicada no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul, no ano passado, considera a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) apenas aos pacientes com sintomas leves a moderados, que não requerem oxigênio suplementar, independentemente do status vacinal; imunocomprometidos com igual ou mais de 18 anos; e maiores de 65 anos.
Outro ponto da nota técnica é que o medicamento dispensa o antiviral para tratamento de pacientes adultos com Covid-19 que não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco aumentado de progressão para Covid -19 grave.
A Assistência Farmacêutica do Estado é responsável por distribuir a medicação adquirida pelo Ministério aos pacientes com diagnóstico confirmado de covid-19, com sintomas leves a moderados, nos grupos específicos mencionados. A medida também é uma estratégia para redução de internações.
Para ter acesso ao medicamento, o paciente deve se adequar aos requisitos, ter o teste antígeno ou biomolecular positivo para o vírus; estar entre o 1º e o 5º dia de sintomas; não estar em quadro clínico grave; e ter prescrição médica.
O medicamento deverá ser dispensado pela Farmácia Municipal, sob orientação do profissional farmacêutico. A recomendação de uso do medicamento é de 300 mg de nirmatrelvir, sendo dois comprimidos de 150 mg, com 100 mg de ritonavir, um comprimido de 100 mg, administrados simultaneamente por via oral, duas vezes ao dia de 12 em 12h, durante 5 dias.
O Ministério da Saúde fará a reavaliação do uso deste fármaco em até 12 meses e vale reforçar que o remédio não substituiu a vacina. Demais informações quanto às limitações de uso, precauções de uso, contraindicações, interações medicamentosas, orientações para prescrição e orientações para dispensação estão disponíveis no Guia para Uso.
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