Com 74 pacientes acima da capacidade, Santa Casa prorroga restrição por mais 12 horas

Maior hospital de Mato Grosso do Sul alega superlotação e risco iminente de desassistência aos pacientes

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Santa Casa ainda não recebeu equipamentos da Sesau para leitos pediátricos. (Foto: Divulgação Santa Casa)

Sem condições técnicas para receber pacientes de forma segura, o maior hospital de Mato Grosso do Sul decidiu prorrogar por mais 12 horas, a restrição total de entrada de novos pacientes. A Santa Casa está superlotada e com 74 pacientes acima da sua capacidade técnica.

A restrição começou às 9h desta quinta-feira (27) devido ao risco de desassistência iminente. A instituição afirma que a situação foi notificada às autoridades envolvidas. A nova restrição começa às 16h e é valida até às 6h de sexta-feira (28).

Diante da superlotação, o hospital afirma que não tem condições técnicas para receber novos pacientes de forma segura. Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), MP (Ministério Público) e CRM (Conselho Regional de Medicina) estão cientes, de acordo com a Santa Casa.

Superlotação e pacientes no corredor

Em atualização na tarde desta quinta-feira (27), a Santa Casa informa que atua com 74 pacientes acima da capacidade técnica no Pronto-socorro adulto, sendo 40 internados na área verde e 13 na área vermelha. A capacidade é de 7 e 6 leitos, respectivamente.

“A instituição não dispõe de mais leitos que possam atender a demanda e não há espaço físico suficiente, o que obrigou a acomodar pacientes nos corredores dos andares”, diz em nota.

Na ala pediátrica, o hospital afirma que está com 5 bebês intubados, onde deveriam ter no máximo 3 e um paciente que deveria estar na vermelha, mas não está por falta de espaço físico.

“Cabe informar que há previsão de mais 17 pacientes chegarem, que estão sendo encaminhados mesmo sabendo da restrição deste recebimento sob o risco de desassistência. Ainda temos dois contra fluxos do andar, ou seja, pacientes precisando de CTI, mas que pela falta de vagas, vão para a vermelha, aumentando em mais dois pacientes”.

Leitos pediátricos prometidos pela prefeitura não saíram do papel

A falta de leitos também atinge a ala pediátrica, já que na área vermelha há cinco crianças intubadas, enquanto a capacidade técnica é de apenas 3 leitos. O hospital não descarta a possibilidade de mais um paciente necessitar de ventilação mecânica. 

A área verde da pediatria é a única que opera dentro do limite, com sete pacientes internados em um espaço com capacidade de 7 leitos. 

Campo Grande sofre com uma alta de casos de crises respiratórias, que atingem principalmente crianças de até nove anos de idade.

Desde o início de abril, a Prefeitura de Campo Grande tenta contratar leitos privados pediátricos de enfermaria e somente a Santa Casa se disponibilizou para alugar o espaço para dez leitos com a contraproposta que a Sesau disponibilize equipamentos, médicos pediatras e o termo aditivo ao contrato. 

Porém, até o momento o poder público não resolveu todas as pendências para que os novos leitos sejam abertos. 

“A Santa Casa segue sem nenhuma devolutiva em relação à assinatura do termo aditivo ao contrato já existente com o Poder Público sobre a contratação de novos leitos pediátricos, conforme divulgado pelo Município, para dar suporte à rede pública”, informou o hospital nesta quarta-feira. 

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