Superlotação não diminui e Santa Casa de Campo Grande fecha por 6 horas para novos pacientes

Hospital tem 59 pacientes aguardando vagas na manhã desta quinta-feira

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Santa Casa opera com superlotação. (Foto: Divulgação Santa Casa)

A superlotação nos serviços de Urgência e Emergência no pronto-socorro adulto e pediátrico da Santa Casa de Campo Grande levou o hospital a restringir a entrada de novos pacientes, nesta quinta-feira (27), durante seis horas. A medida vale desde as 9h de hoje e pode ser prorrogada caso a situação não seja resolvida.

“Devido a situação de completa exaustão dos recursos intra-hospitalares para manutenção mínima da assistência ao paciente, ocasionada pela superlotação do serviço, a Santa Casa de Campo Grande […] resolve restringir totalmente a entrada de novos pacientes na Instituição a partir das 9h desta quinta-feira, dia 27 de abril de 2023, pelas próximas 6h”, informou a nota do hospital. 

A Santa Casa avalia que não tem condições técnicas para receber novos pacientes de forma segura e que o risco de desassistência é iminente. 

Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), MP (Ministério Público) e CRM (Conselho Regional de Medicina) foram notificados sobre a situação do atendimento SUS da Santa Casa, informa a nota.

O hospital fala desde o início de abril sobre o risco de desassistência. No dia 3 de abril, a Santa Casa informou que não receberia novos pacientes, mas continuou o atendimento mesmo sem as condições ideais.

Pacientes na fila

De acordo com balanço da Santa Casa, nesta manhã, 59 pacientes aguardam leitos de UTI, CTI ou enfermaria. 

Na área vermelha, que tem capacidade de seis vagas, há 20 pacientes internados. São 16 pessoas internadas que esperam leitos de terapia intensiva e enfermaria, sendo 4 em estado grave e intubados. 

Já a área verde do pronto-socorro conta com 64 pessoas em um espaço para atender sete pacientes. De acordo com a Santa Casa, são 41 internados aguardando leitos de enfermaria e centro cirúrgico ainda sem previsão, e os demais estão em observação.

Santa Casa indica risco iminente de desassistência. (Foto: Divulgação Santa Casa)

Além disso, a falta de leitos afeta até as cirurgias, já que uma sala no Centro Cirúrgico é ocupada por dois pacientes que aguardam vaga para o CTI e enfermaria. 

Leitos pediátricos prometidos pela prefeitura não saíram do papel

A falta de leitos também atinge a ala pediátrica, já que na área vermelha há cinco crianças intubadas, enquanto a capacidade técnica é de apenas 3 leitos. O hospital não descarta a possibilidade de mais um paciente necessitar de ventilação mecânica. 

A área verde da pediatria é a única que opera dentro do limite, com sete pacientes internados em um espaço com capacidade de 7 leitos. 

Campo Grande sofre com uma alta de casos de crises respiratórias, que atingem principalmente crianças de até nove anos de idade. 

Santa Casa ainda não recebeu equipamentos da Sesau para leitos pediátricos. (Foto: Divulgação Santa Casa)

Desde o início de abril, a Prefeitura de Campo Grande tenta contratar leitos privados pediátricos de enfermaria e somente a Santa Casa se disponibilizou para alugar o espaço para dez leitos com a contraproposta que a Sesau disponibilize equipamentos, médicos pediatras e o termo aditivo ao contrato. 

Porém, até o momento o poder público não resolveu todas as pendências para que os novos leitos sejam abertos. 

“A Santa Casa segue sem nenhuma devolutiva em relação à assinatura do termo aditivo ao contrato já existente com o Poder Público sobre a contratação de novos leitos pediátricos, conforme divulgado pelo Município, para dar suporte à rede pública”, informou o hospital nesta quarta-feira. 

Termo Aditivo não foi publicado

Além do “entrave” sobre os dez leitos pediátricos, a Santa Casa espera desde janeiro cerca de R$ 14 milhões de recursos que deveriam ser repassados pela Prefeitura de Campo Grande. 

Os valores, que compreendem recursos federais e estaduais, estão “travados” à espera de publicação no Diário Oficial de Campo Grande.

Reportagem do Midiamax, da última quinta-feira (20), mostrou que o nome sujo da Prefeitura tem barrado o pagamento nas áreas de saúde, obras e transporte.

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