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Cotidiano

Com 2,5 mil casos em MS, médica alerta para casos de viroses intestinais em crianças

Há 18 anos, Campo Grande viveu epidemia de virose, com mais de 21 mil casos registrados em apenas oito meses
Mariane Chianezi, Karina Campos - Publicado em
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Foto: Agência Brasil/Arquivo

Mato Grosso do Sul registrou 2,5 mil casos de DDA (Doença Diarreica Aguda) em janeiro e leitores do Jornal Midiamax relataram aumento de síndromes intestinais em crianças, principalmente. Diante dos casos, médica pediatra alerta e orienta os pais em Campo Grande.

À reportagem, a médica Gabriela Ferreira Calarge, pediatra da Unimed Campo Grande, disse que nessa época do ano os casos virais são mais comuns devido ao verão, férias estudantis, que mudam a rotina, e também o manuseio dos alimentos.

Ela explica que o intestino é formado por vilosidades onde acontece a absorção dos alimentos. Quando acontece a doença diarreica aguda, intestino perde a propriedade de absorver os nutrientes e fica liso. Desta forma, tudo o que a criança ingerir, não vai estar absorvendo e segundo a médica, é importante hidratar principalmente por soros de hidratação.

A médica explica que, às vezes, os casos de vômito acontecem de uma hora para outra, assim como a diarreia, e podem se normalizar sozinhos, apenas com a hidratação, soro, água de coco e alguns reguladores da flora intestinal. Mas Calarge orienta que se a diarreia, febre, vômito ou cólicas persistirem na criança, é recomendado buscar atendimento médico.

“Nesses casos tem que ser avaliado para ver se não é infecção. Sempre procurar o médico se a criança tiver vômitos em curto espaço de tempo. Vômito em criança, mais fácil acontece a desidratação”, afirma.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), e hospitais como da Unimed e Cassems, relataram que não houve crescimento nos atendimentos por viroses diarreicas. “É habitual que haja um pequeno crescimento no número de casos, nesta época do ano. Tal aumento não tem acarretado impacto no número de internações”, disse a Cassems em nota.

2,5 mil casos de doença diarreica

A SES (Secretaria Estadual de Saúde) registrou no mês de janeiro mais de 2,5 mil casos de DDA (Doença Diarreica Aguda). A doença é transmitida através da água e alimentos sem tratamento ou preparo adequado ou falta de higiene. Há 18 anos, Campo Grande viveu epidemia da doença, com mais de 21 mil casos registrados em apenas oito meses.

Em alguns estados do Brasil, a doença é conhecida como Virose da Mosca, mas conforme a SES, o termo é usado de maneira equivocada, pois não há evidências que a virose seja, de fato, de origem do inseto.

A SES recomenda para que não se use o termo de Virose da Mosca, pois é considerado inadequado para caracterizar situações de aumento de casos de DDA e de moscas no ambiente. A doença causada por vírus e que teve a mosca como vetor mecânico de transmissão. No entanto, para que isso ocorra é necessário apresentar evidências tanto relacionadas ao agente etiológico quanto à relação com a mosca.

Com 2.576 casos no mês de DDA, a SES orienta que a prevenção é a mesma para todas as doenças diarreicas agudas, como lavar as mãos com água e sabão, usar água limpa principalmente antes de preparar ou ingerir alimentos ou após ir ao banheiro, limpar as superfícies e os utensílios usados na preparação de alimentos.

Também é orientado proteger alimentos e áreas da cozinha contra insetos e animais de estimação. Guardar os alimentos em recipientes fechados, evitar o consumo de alimentos crus ou mal cozidos e sempre manter a tampa do lixo fechada.

Campo Grande enfrentou epidemia da doença em 2005

Em 2005, Campo Grande enfrentou uma epidemia de casos de DDA, com mais de 21 mil casos registrados em oito meses. Conforme a Folha de São Paulo publicou na época, a epidemia de gastroenterite (inflamação do estômago e dos intestinos) provocada pelo rotavírus colocou a Saúde da Capital em alerta.

Desde o início daquele ano até o mês de agosto, foram notificados 21.079 casos de diarreia, cujos sintomas apontavam para gastroenterite. Em apenas duas semanas, 1.490 casos foram registrados, considerada a maior concentração de casos em 2005 na Capital.

Ainda de acordo com a matéria da Folha de São Paulo, na época, a epidemia causou a falta de antieméticos – medicamentos para controlar crises de vômito – e reidratantes. Os setores de pediatria dos hospitais chegaram a ficar superlotados de pacientes com a virose.

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