Após um mês do 1º caso, Campo Grande tem 13 suspeitas e nenhuma confirmação para febre maculosa

Resultado do exame do primeiro caso suspeito da Capital, em um menino de um ano de idade, deve ser divulgado na próxima semana

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Carrapato-estrela, transmissor da bactéria causadora da Febre Maculosa. (Foto: Jerry Kirkhart/Wikimedia)

Campo Grande acumula 13 casos suspeitos de febre maculosa após a primeira notificação, em 19 de junho, de suspeita da doença em um menino de um ano de idade. De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a Capital não tinha nenhum caso confirmado até a última quinta-feira (20) e ainda não se sabia qual o resultado do teste do primeiro notificado. 

A divulgação da conclusão do exame por parte do laboratório Adolf Lutz, em São Paulo, está prevista para a próxima semana. A Sesau havia explicado que uma amostra foi recolhida no dia da notificação e, após 15 dias, era retirada mais uma amostra. Posteriormente, as duas seriam enviadas para o laboratório de referência nacional na capital paulista, responsável pela análise.

Assim, a expectativa era que o resultado do exame do menino de um ano de idade, que chegou a ser internado com sintomas de febre, náuseas e prostração, saísse em cerca de um mês depois da notificação do caso.

O país ficou em alerta com a febre maculosa depois que a doença matou quatro pessoas que compareceram a uma festa na Fazenda Santa Margarida, em Campinas (SP), estado que faz fronteira com Mato Grosso do Sul.

Dados da Sesau apontam que a última notificação de febre maculosa em Mato Grosso do Sul ocorreu em 2018. No período entre 2012 e 2022, foram seis registros da doença.

O que é a Febre Maculosa?

A Febre Maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda de gravidade variável, podendo apresentar formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de mortalidade.

São as grandes chances de óbitos que causam maior preocupação entre especialistas sobre um possível surto da doença. Para o doutor em biologia molecular, Renato Andreotti, também pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), cerca de 40% dos diagnósticos positivos da doença resultam em morte.

“Isso os que foram diagnosticados, alguns só descobrem a doença após a morte”, comentou o pesquisador. “O agente é de baixa circulação, mas de alta virulência, tendo uma evolução rápida, podendo levar à morte”, complementou.

Isso ocorre, pois os sintomas da Febre Maculosa possuem grande semelhança com a Dengue. Entre eles estão:

  • Febre;
  • Náusea e vômito;
  • Mialgia (dor muscular);
  • Exantema máculo-papular, petéquia, equimoses (manchas avermelhadas) e hemorragias
  • Diarreias (menos comum);
  • “Se a pessoa não avisar ao médico que foi picada por um carrapato, o profissional pode pensar se tratar de um caso de dengue”, complementa Andreotti.

Fui picado por um carrapato, o que fazer?

Antes de entender quais os procedimentos em casos de picadas de um carrapato, é importante saber como evitar que os parasitas tenham contato com nossa pele.

Conforme a Embrapa, alguns cuidados podem ser tomados ao frequentar locais com maior probabilidade de carrapatos, como parques, áreas rurais e beiras de rios.

Confira as dicas:

  • Usar roupas com mangas longas, botas e calça comprida (com a parte inferior colocada para dentro das meias).
  • Utilizar roupas claras (para facilitar a visualização de carrapatos).
  • Após utilização, colocar as roupas em água fervente para a retirada dos carrapatos.
  • Ao encontrar um carrapato no corpo, retirá-lo o mais rápido possível com uso de uma pinça, para que seu conteúdo não seja inserido no nosso corpo ou seus ‘dentes’ não fiquem grudados na pele (veja na imagem abaixo).
  • Após retirar o carrapato, colocá-lo em um frasco com álcool 70% nunca esmagar o carrapato entre as unhas para evitar contaminação.
  • Caso a pessoa apresente os sintomas da Febre Maculosa, procurar um médico e informá-lo sobre o contato com o carrapato.
  • Outras informações sobre a Febre Maculosa podem ser encontradas no site do museu do carrapato, clique aqui.

Conteúdos relacionados

Cidade do Natal