Para quem depende do calor para atrair clientes, manter as vendas no frio pode ser uma tarefa complicada. Mas para os comerciantes do bairro , em , a criatividade foi a solução encontrada na hora de se preparar para as estações mais frias.

Na rua Anaca, um comércio que tem como carro forte a venda de açaí abusou da criatividade para manter as vendas lá em cima, e ampliou o seu cardápio em várias frentes. “Mudamos o cardápio há cerca de um mês. Veio o frio e nem todo mundo quer sair de casa e tomar algo gelado. Colocamos opções quentes para substituir”, disse a gerente Jéssica Martins, de 31 anos.

Moreninhas, inverno, frio
Comércio de açaí nas Moreninhas passou a trabalha com delivery de caldos (Foto: Henrique Arakaki / Jornal Midiamax)

Com a queda nas temperaturas, a demanda por açaí e sorvetes naturalmente diminuiu no comércio das Moreninhas. A procura caiu cerca de 40%, mas foi contrabalanceada pelas novas opções. “Colocamos caldos de vários sabores, tapioca, crepe, chocolate quente, cappuccino e fondue. Os clientes ficaram surpresos e as vendas estão saindo muito bem”, disse ela.

As adaptações para o clima não pararam só no cardápio. “Começamos com as entregas há mais ou menos um mês, e os caldos já estão disponíveis no iFood”, disse ela.

Guardando dinheiro para o frio

Na rua Barueri, o garapeiro José Andrade, de 55 anos, também sentiu o impacto do frio nos seus ganhos e aplica uma estratégia há anos para lidar com as baixas temperaturas. “Eu conto assim: eu trabalho 10 meses no ano e os outros dois são de frio e chuva. Eu me preparo e guardo dinheiro para esses dois meses em que as vendas caem em 30%”, disse ele.

Moreninhas, inverno, frio
Para o garapeiro José Andrade, a saída é se preparar financeiramente para o frio nos meses anteriores (Foto: Henrique Arakaki / Jornal Midiamax)

Trabalhando com caldo de cana e água de coco há mais de 20 anos — nas Moreninhas há cerca de 1 ano e 7 meses — o profissional mantém a sua presença no ponto em qualquer condição climática. “Você tem que vir todo dia pra cá, trabalhar e persistir. Meu horário continua o mesmo. Na época do calorzão são em média 70 copos de caldo de cana por dia, agora são 10. Tem muito tempo que eu trabalho e sei como funciona, chega no frio caí mesmo. Faz parte”, concluiu.

Promoção na sorveteria

Na mesma via, uma sorveteria aposta na contenção de gastos e promoção para manter os ganhos positivos. “No frio o pessoal não procura muito e a procura caí em média 50%, aí reduzimos os pedidos para não termos tanto gasto”, disse o atendente Luis Fernando, de 18 anos.

Para manter a atenção dos clientes, o comércio aposta na promoção do copo de açaí. “O copo de 500 ml vendido por peso pode custar em média de R$ 25,00 a R$ 30,00. Na nossa promoção o fixo é de R$ 18,00. É uma forma de chamar o cliente”, finalizou.