No Aero Rancho, descaso e uso de drogas dividem palco com treta entre síndica e moradores
Empresa contratada não estaria prestando os serviços de limpeza, enquanto moradores lutam para trocar de síndica
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O que era para ser um ‘sonho’ acabou se tornando um pesadelo para os moradores do Condomínio Residencial CH07, na avenida Vereador Thyrson de Almeida, no bairro Aero Rancho. Pichação, vandalismo, falta de manutenção, uso de drogas em plena luz do dia e no meio de crianças — tudo isso têm tirado o sono de quem mora por lá.
“O condomínio está abandonado: lixeira, parquinho, mato em todo lado. A síndica não faz nada”, traz denúncia de um morador do residencial que, assim como os demais, não terá o nome revelado. Segundo o morador, a síndica teria contratado uma prestadora de serviços, mas a qualidade estaria deixando a desejar. “Existe um abaixo-assinado que 60 moradores assinaram para retirar essa empresa, mas a síndica parece que é contra os moradores e não faz questão de trocar”, traz um relato.
Outra moradora do CH07, de 36 anos, afirma que convier com crianças no local está insustentável, pois o uso de drogas em plena luz do dia é comum, do lado do parquinho infantil.
“Nós avisamos ela, vários moradores já falaram. Aqui o pessoal senta e fuma maconha em volta das crianças. Mas a alegação é que ela não pode fazer nada, pois são parentes ou amigos dos moradores”, disse a mãe, indignada.
Cansados do esquecimento, outra moradora desabafou. “Cada morador paga R$ 75,00 de taxa de condomínio para a empresa. A síndica recebe cerca de R$ 1.650,00 para gerir essas coisas. Ela não participa e não dá atenção pra ninguém, não presta contas. Tem espaço para ser o escritório, mas nunca atendeu. Só queremos sossego”, disse uma dona de casa.
Indignados, os moradores também afirmaram que a intenção de trocar a gestora é aceita por ampla maioria, mas os mesmos não têm esse poder, pois, a síndica foi eleita pela Caixa Econômica Federal.
Na entrega dos condomínios, os moradores afirmaram que Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) teria se comprometido a disponibilizar cursos profissionalizantes para capacitação da síndica e moradores, mas ainda não receberam o retorno.
Posicionamento da síndica
A síndica Juliana Roberta, de 34 anos, explicou que o serviço de cuidado e asseio no condomínio não está sendo cumprido devido à inadimplência gerada pelos próprios condôminos. Sobre o contrato com a empresa prestadora dos serviços de limpeza, Facilita Condomínios, a gestora informou que realizará uma assembleia até o dia 20 de fevereiro, para retirar a atual prestadora.
A respeito da transparência e atendimento aos moradores, Juliana informou que não sai do condomínio, e que atende às demandas dos moradores. Ela ainda acrescentou que irá montar um escritório com recursos próprios, até o fim de janeiro.
Já sobre a segurança do local, ela afirmou que não tem condições de fiscalizar quem faz uso de drogas e que até o dia 3 de janeiro deste ano, nenhum morador havia denunciado, para ela, esse tipo de ação nas dependências do condomínio. A mesma também reforçou que qualquer um que avistar esse tipo de atitude deve chamá-la. E que a Polícia Militar pode entrar livremente.
O que diz a Caixa
Em nota, a Caixa Econômica Federal esclareceu que participa de assembleias de empreendimentos do PMCMV- FAR — hoje Programa Casa Verde e Amarela (PCVA) — como votante, na proporção de unidades vinculadas ao FAR. Dessa forma, o banco destacou que não foi objeto de alienação direta com parcelamento a beneficiários, não lhe cabendo a decisão pela escolha de síndico.
O banco informa, ainda, que a destituição de síndico ocorre por deliberação dos condôminos em assembleia — que deve ser organizada pelos próprios moradores, conforme estabelece a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). A nota da Caixa também traz que “os beneficiários são os responsáveis pela administração do condomínio, podendo exercer o papel de síndico, contratar pessoa ou empresa especializada para tal, observando o que determina a Convenção de Condomínio”.
“Por fim, a CAIXA esclarece que todas as unidades do Residencial CH07 foram alienadas, cabendo aos moradores decidir em assembleia pela constituição de novo síndico”.
Esclarecimento da Amhasf
Também em nota, a PMCG (Prefeitura Municipal de Campo Grande) informou que as atividades socioeducativas para este empreendimento, assim como para os demais que fazem parte do Programa Minha Casa Minha Vida — programa vigente à época da aprovação do projeto junto ao governo federal —, serão disponibilizadas pela Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários). A medida está prevista no programa por Lei, conforme foi explicado em reunião anteriormente aos beneficiários.
A agência destaca que o processo de licitação para contratação do trabalho técnico social está em andamento. Entretanto, a Amhasf ainda aguardaria os recursos necessários — oriundos do governo federal — para iniciar as capacitações, já que no momento estão suspensos para repasse, conforme foi informado pela Caixa Econômica Federal.
A empresa contratada
A empresa prestadora dos serviços de limpeza, Facilita Condomínios, informou que está executando os seguintes serviços mensalmente, conforme contrato:
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