Pular para o conteúdo
Cotidiano

Homicídios contra LGBTs em MS triplicaram em um ano, revela Anuário Brasileiro de Segurança Pública

Na data em que se comemora o Dia Internacional do Orgulho LGBT no Mundo, dados preocupantes foram divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública. No Brasil, os crimes de homicídio doloso e de estupro contra pessoas LGBTs cresceram 7,2 e 88,4% respectivamente. Em Mato Grosso do Sul, os crimes triplicaram. A constatação, feita pelo anuário, … Continued
Mariane Chianezi - Publicado em
Compartilhar
aprovados seleção lgbt
(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Na data em que se comemora o Dia Internacional do Orgulho LGBT no Mundo, dados preocupantes foram divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública. No Brasil, os crimes de homicídio doloso e de estupro contra pessoas LGBTs cresceram 7,2 e 88,4% respectivamente. Em Mato Grosso do Sul, os crimes triplicaram.

A constatação, feita pelo anuário, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública foi divulgado nesta terça-feira (28). Com comparação aos anos de 2020 e 2021, o levantamento detalha os dados de três crimes: homicídio doloso, lesão corporal dolosa e estupro.

Das três tipificações, apenas uma apresentou regresso nos dados, enquanto as demais, triplicaram os registros no estado. Homicídio doloso e o crime de estupro contra pessoas LGBTs cresceram 200% em MS.

Em 2020, haviam sido registrados 2 homicídios, enquanto 2021, foram 6. A mesma estatística aconteceu na tipificação de estupro, quando 2020 registrou 3 crimes, o ano seguinte teve 9 denúncias.

O estado do Piauí registrou crescimento percentual nos crimes, semelhante ao MS. No Centro-Oeste, Goiás foi o estado do país que registrou maior aumento em homicídios dolosos no país, com salto de 375%.

Sem tipificação por crimes contra LGBTfobia

Em reportagem anterior, o Midiamax mostrou que Mato Grosso do Sul ainda não tem uma tipificação para os crimes motivados por LGBTfobia. Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que os crimes de racismo por homofobia ou transfobia diminuíram em MS.

Os números revelam que em 2020 foram registrados 8 casos, enquanto 2021 foram 6 denúncias. De janeiro a maio deste ano, a Sejusp (Secretaria Estadual de Segurança Pública) divulgou que foram 2 denúncias no Sigo.

Em julho de 2021, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública já revelava que MS era um dos sete estados brasileiros ainda não registrava dados específicos de crimes contra o público LGBT.

Levando em conta a realidade, a Defensoria Pública de MS junto à Delegacia Geral de Polícia Civil se reuniram em 28 de julho de 2021 para discutir a viabilidade de incluir a tipificação nos boletins de ocorrência.

Ao Jornal Midiamax, Defensoria Pública de MS disse em 31 de janeiro de 2020 o coordenador do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria, defensor público Mateus Augusto Sutana e Silva, solicitou à Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) informações para instauração de um procedimento de Apuração Preliminar, perguntando se a secretaria concordaria em incluir um destaque intitulado ‘pessoa trans’ para melhorar o aprimoramento de dados da segurança pública.

Em resposta em 8 março, a Secretaria afirmou à Defensoria que já existia para o preenchimento da ficha do cidadão no Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional), como “identidade de gênero”, “outra orientação sexual” e “nome social”.

Ainda conforme relatado à reportagem, foi questionado à Sejusp se concordaria em criar novos ‘tipos penais’ no sistema do Sigo para que fosse possível destacar o crime de motivação LGBTfobia.

“A exemplo do que já acontece com crimes comuns cometidos sob a égide da Lei Maria da Penha, no intuito de viabilizar a criação de estatísticas de tais delitos. Em resposta, a Sejusp informou que sim. Portanto, a partir da resposta positiva enviada, a Defensoria Pública do Estado suspendeu o andamento do procedimento no aguardo da comunicação oficial da SEJUSP sobre as implementações que se comprometeu em fazer”, disse a Defensoria.

Em primeiro contato, a Sejusp informou que de janeiro a maio de 2021, nenhuma ocorrência de Injúria ou de Racismo foi registrada com motivações LGBTfobia, “ou ainda que a vítima tenha manifestado a sua identidade de gênero ou orientação sexual pertencente ao público LGBTQIA+”.

Já em 2022, no mesmo período, foram duas denúncias. A reportagem voltou a acionar a Sejusp para apurar sobre as tipificações e aguarda retorno.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre 'cratera' na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra 'fotógrafo de ricos' em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

'CPI do Consórcio Guaicurus' chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados