Enfermeira que ajudou a dar à luz bebê na BR-262 foi convidada para ser madrinha: ‘Lisonjeada’
Médico disse que mãe estava em trabalho de parto dentro de ambulância e não tinha mais como esperar
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Treze anos de experiência, treze anos na enfermagem e no ambiente hospitalar, mas, nada disso foi suficiente diante a emoção de fazer um parto, pela primeira vez, dentro de uma ambulância, na BR-262. Ainda em êxtase com o momento, Ana Jacques, de 46 anos, diz que, assim que pegou a menina nos braços, a mãe disse que ela e o médico foram “anjos” na vida delas e gostaria que a técnica de enfermagem se tornasse madrinha da criança.
“Ela disse, dentro da ambulância, que eu e o Dr. Elizeu fomos anjos na vida dela. A mãe mora na aldeia Limão Verde, em Aquidauana, e é bem religiosa. Ela me perguntou primeiro qual a minha religião e, quando falei que era católica, ela perguntou se eu poderia batizar a menina”, relembrou Ana.
Na noite da última quinta-feira (27), o veículo seguia, às pressas, de Aquidauana para Campo Grande. Pouco tempo antes, a mãe, de 36 anos, chegou no hospital do município reclamando de dores, quando o médico examinou e constatou que se tratava de um parto prematuro, solicitando vaga zero e transferência imediata para a capital sul-mato-grossense, onde ela encontraria suporte com uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal.
“Eu, em 13 anos de profissão, nunca tinha presenciado e nem acompanhado um acontecimento como este antes. Nós saímos com a paciente de Aquidauana e a intenção era ela ter o bebê em Campo Grande, já que o recém nascido poderia precisar da UTI neonatal. Só que a mãe começou a se queixar de fortes contrações, falei para o médico e, ao examiná-la, ele já constatou que a mãe estava em trabalho de parto”, comentou ao Jornal Midiamax a técnica de enfermagem.
Naquele instante, Ana e o Dr. Elizeu deram início ao procedimento. “Ainda estou tomada de emoções e sentimentos, de alegria e de dever cumprido, pois, assim como um nascimento prematuro tem seus riscos, o momento da chegada do bebê é bem delicado, mas, Deus já havia preparado o caminho. Foram momentos tensos e de alegria, porque rapidamente a menina nasceu e constatamos que ela passaria bem até o destino”, relembrou.
Em seguida, a técnica recebeu o convite da mãe. “Eu fiquei lisonjeada pelo convite, de me tornar madrinha da princesa linda dela. Aceitei com todo amor e carinho. Acho que presenciar o nascimento de uma nova vida é um privilégio que Deus me concedeu dentro da minha profissão. Estou em contato com a mãe e fiquei mais feliz ainda quando ela me disse o possível nome: Ana Eliza. É uma junção do meu nome com o do médico, que é o Dr. Elizeu”, finalizou.
Não tinha mais como esperar, disse médico
O médico generalista Eliseu Ribeiro Caldas, de 26 anos, também acompanhou a paciente na ambulância. Durante o trecho, ele constatou que “as contrações aumentaram muito e o colo dilatou muito rápido também”. “O bebê já estava pronto para nascer, não tinha mais como esperar. Ela nasceu bem, coradinha e não foi necessária nenhuma manobra de reanimação. No fim, deu tudo certo”, disse o profissional, que também não tinha feito parto em ambulância antes.
Entenda o caso
“Uma corrida contra o tempo”. É assim que parte da equipe médica do Hospital Regional Dr. Estácio Muniz, em Aquidauana, na região oeste do Estado, definiu o plantão da noite dessa quinta-feira (27). Sentindo dores, uma gestante de 31 semanas chegou ao hospital e, em seguida, constataram que ela estava “evoluindo para parto prematuro”.
Em seguida, o médico plantonista solicitou a transferência imediata para o hospital referência de Campo Grande, o qual possui suporte para recém-nascido, com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, momento em que a central de regulação determinou a “vaga zero”.
Já dentro da ambulância, na rodovia BR-262, a gestante, de 36 anos, estava acompanhada de uma técnica de enfermagem e do médico plantonista. Ambos nunca tinham feito um parto dentro de uma unidade volante e perceberam que a mãe piorou e já estava em trabalho de parto, considerando “um quadro bem complexo”.
Mesmo assim, eles mantiveram a calma e prosseguiram a viagem, realizando o parto ali mesmo, a 60 km da capital sul-mato-grossense. “Uma linda menina veio ao mundo”, disseram aos colegas, extremamente emocionados.
Ao chegar, as pacientes foram internadas e estabilizadas no Hospital Universitário de Campo Grande. Na ocasião, a mãe falou que ainda não tinha nome para a criança, já que, pelo fato de “não estar na hora”, ela ainda não tinha decidido o nome. Atualmente, a mãe e a filha estão bem.
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