A Semed (Secretaria Municipal de Educação) afirma ter acionado o Conselho Tutelar para averiguar o caso de suposto abuso a criança cometido por dois estudantes contra um colega em uma escola municipal de Campo Grande. Além do abuso sexual relatado pela mãe da criança, agressões também teriam ocorrido.

Em contato com o Jornal Midiamax, a mãe de 23 anos contou que no último mês o filho teria aparecido em casa com uma lesão na cabeça, mas que na época contou que caiu quando estava correndo e bateu em uma quina. Por ser uma criança, a mãe acabou acreditando e não desconfiou.

Já nas últimas semanas, o menino começou a falar querer mudar de escola ou de período. Foi nesta quarta-feira (1º) que a criança chegou em casa com a boca inchada e com um corte. Os meninos teriam jogado a criança no chão e pisado nela.

Após supostamente agredirem a criança, os agressores teriam levantado o menino e um deles abaixou as calças. Os dois teriam tentado molestar o colega que disse para a mãe que usou todas as forças para evitar que isso acontecesse.

Em nota, a Semed afirma ter tomado conhecimento da situação encaminhado imediatamente a equipe técnica da pasta para a unidade escolar. A vítima foi encaminhada para acompanhamento na Unidade de Saúde e também para a Cpae (Coordenadoria de Psicologia e Assistência Educacional).

Conforme a secretaria, o aluno não apresentou nenhuma lesão aparente e estava há vários dias sem frequentar as aulas. O caso está sendo monitorado e acompanhado e os envolvidos estão recebendo todo o suporte necessário.

Além disso, o caso também será encaminhado ao Conselho Tutelar, que tomará as providências que lhe cabe. Vale lembrar que o aluno, assim como os supostos agressores, têm apenas seis anos e mesmo que o fato seja confirmado, não configura crime.

Reunião após revelação de abuso a criança

Na noite de quinta-feira, a mãe telefonou para o colégio e foi marcada reunião com o diretor da escola. Nesta manhã (3), os pais da criança e o diretor conversaram, mas, segundo a mulher, o Conselho Tutelar não acompanhou a reunião, nem mesmo os pais dos meninos que seriam os agressores.

Ainda conforme a mãe, o diretor “só pedia calma e a preocupação era não divulgar para nenhum pai, para ninguém saber”. Além disso, ele teria dito para os pais não pedirem a transferência do menino, no que a família entende como uma tentativa de ‘abafar’ a situação.

Ronda escolar acionada

A mulher relatou ainda que nem a professora das crianças pode participar da reunião. Foi aguardado que até o fim da manhã um posicionamento fosse tomado. No entanto, os pais acabaram voltando na escola e não ouviram uma solução para o caso.

“Isso é coisa de criança”, teria dito um dos responsáveis pela escola, segundo relato da mãe da vítima. Ela relatou que não quer mais que o filho frequente o colégio e que a única solução apresentada foi o encaminhamento da criança para psicólogo.

A mãe relatou por fim que vai procurar a Polícia Civil para denunciar o caso. No local, a ronda escolar foi acionada por causa da presença da família.