Pais relatam tentativa de abuso por colegas a menino de 6 anos em escola de Campo Grande
Mãe denunciou o caso à direção e aguarda posicionamento
Renata Portela, Ranziel Oliveira –
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Nesta sexta-feira (3), pais de um menino de 6 anos foram até uma escola municipal de Campo Grande, onde a criança estuda, para se reunirem com a direção após perceberem que o comportamento da criança mudou. Ela relata supostas agressões e até uma tentativa de abuso sexual nesta semana na unidade escolar.
Em contato com o Jornal Midiamax, a mãe de 23 anos contou que no último mês o filho teria aparecido em casa com uma lesão na cabeça, mas que na época contou que tinha caído quando estava correndo e bateu em uma quina. Por ser uma criança, a mãe acabou acreditando e não desconfiou.
Já nas últimas semanas, o menino começou a falar que queria mudar de escola ou de período. No dia em que a criança pediu para trocar de escola pela primeira vez, estava frio e a mãe acabou deixando o filho ficar em casa. Porém, depois ele retornou às aulas normalmente.
Foi nesta quarta-feira (1º) que a criança chegou em casa com a boca inchada e com um corte. Novamente o menino disse que tinha caído e se machucado, mas a mãe estranhou. Na quinta-feira, ele só queria ficar em casa, não quis comer e estava muito quieto, o que levantou suspeita da mãe.
Já na quinta-feira (2), o menino novamente não quis ir para a escola. Mesmo assim, ele foi para o colégio e à noite a mãe conversou com a criança. “Me conta quem te bateu”, disse ao menino. A criança acabou contando que dois meninos da mesma sala o agridem há tempos, mas que não podia contar para a mãe ou apanharia mais.
Na última quarta, os meninos teriam jogado a criança no chão e pisado nela. Depois, levantaram o menino e um dos agressores abaixou as calças. Os dois meninos teriam tentado molestar o colega que disse para a mãe que usou todas as forças para evitar que isso acontecesse.
Por resistir, ele ainda foi agredido com uma cotovelada. A criança não conseguia relatar quem eram os meninos, pelo medo que sofria.
Marcou reunião com a direção da escola
Na noite de quinta-feira, a mãe telefonou para o colégio e foi marcada reunião com o diretor da escola. Nesta manhã (3), os pais da criança e o diretor conversaram, mas, segundo a mulher, o Conselho Tutelar não acompanhou a reunião, nem mesmo os pais dos meninos que seriam os agressores.
Ainda conforme a mãe, o diretor “só pedia calma e a preocupação era não divulgar para nenhum pai, para ninguém saber”. Além disso, ele teria dito para os pais não pedirem a transferência do menino, no que a família entende como uma tentativa de ‘abafar’ a situação.
Ronda escolar acionada
A mulher relatou ainda que nem a professora das crianças pode participar da reunião. Foi aguardado que até o fim da manhã um posicionamento fosse tomado. No entanto, os pais acabaram voltando na escola e não ouviram uma solução para o caso.
“Isso é coisa de criança”, teria dito um dos responsáveis pela escola, segundo relato da mãe da vítima. Ela relatou que não quer mais que o filho frequente o colégio e que a única solução apresentada foi o encaminhamento da criança para psicólogo.
A mãe relatou por fim que vai procurar a Polícia Civil para denunciar o caso. No local, a ronda escolar foi acionada por causa da presença da família.
Nota da Semed
A assessoria de comunicação da Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou em nota que “tomou ciência da situação e encaminhou imediatamente a equipe técnica da pasta para a unidade escolar. Foram realizados todos os encaminhamentos necessários. O aluno em questão foi encaminhado para acompanhamento na Unidade de Saúde e também para a Coordenadoria de Psicologia e Assistência Educacional (CPAE), da SEMED. O aluno não apresentou nenhuma lesão aparente e estava há vários dias sem frequentar as aulas. O caso está sendo monitorado e acompanhado e a Secretaria, assim como a escola, está dando todo o suporte necessário. O caso também será encaminhado ao Conselho Tutelar, que tomará as providências que lhe cabe. Cumpre esclarecer que o aluno, assim como os supostos agressores têm apenas seis anos de idade e mesmo que o fato seja confirmado, não configura crime”.
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