Conheça a história por trás do Dia do Orgulho LGBT, celebrado nesta terça-feira

Revolta em um bar de Nova Iorque no final da década de 60 deu origem à data

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Bar de Stonewall Inn, em Nova Iorque (Foto: Divulgação)

A luta da população LGBTQIAP+ começou há muitas décadas. Historicamente, o episódio que marca o início da militância mais organizada aconteceu no 28 de junho de 1969, no bar Stonewall Inn, no bairro Greenwich Village, Nova Iorque, Estados Unidos.

Tudo aconteceu nas primeiras horas da manhã, quando gays, lésbicas, travestis e drag queens enfrentam policiais e iniciam uma espécie de rebelião que lançaria as bases para o movimento pelos direitos LGBTs nos Estados Unidos e no mundo. O episódio, conhecido como Stonewall Riot (Rebelião de Stonewall), teve duração de seis dias e foi uma resposta às ações arbitrárias da polícia, que rotineiramente promovia batidas e revistas humilhantes em bares gays de Nova Iorque.

E é por conta desse fato, ocorrido há mais de meio século, que o Dia Internacional do Orgulho LGBT é celebrado em 28 de junho.

Para Tiago Duque, professor e pesquisador da UFMS na questão de gênero e sexualidade, o que aconteceu nos EUA no final dos anos 60 precisa ser avaliado no contexto histórico onde estava inserido.

“Nós teríamos que resgatar aqueles valores e princípios da data para atualizar sua historicidade e sua importância nos dias atuais, então é uma memória e, ao mesmo tempo, uma atualização, por isso não pode ser uma celebração desconectada daquilo que fez o fato tão especial, um marco em diferentes culturas”.

Tiago ainda diz que os avanços já existentes não são suficientes, por isso é preciso não se acomodar. “Hoje as conquistas, mesmo que elas existam, elas precisam ser ampliadas. Por mais que seja uma data que marca o movimento identitário, é preciso se articular com outros movimentos sociais pra avançar no campo dos direitos”.

Pajubá e prova do Enem

Uma reportagem publicada pelo Jornal Midiamax em junho de 2017 foi citada na prova de linguagens do primeiro dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2018.

A questão, que foi considerada um dos destaques do exame pela imprensa nacional, traz trecho da matéria assinada pelo jornalista Guilherme Cavalcante, que fala sobre identidade LGBT: “Acuenda o pajubá: Conheça o ‘dialeto secreto’ utilizado por gays e travestis”.

A matéria citada no Enem apresentou a leitores o “Pajubá”, que é uma espécie de “dialeto” utilizado pela comunidade LGBT, com base no idioma iorubá, trazido ao Brasil na época da escravidão, e que ao longo do tempo foi incorporado sobretudo por travestis. Já a questão recorria ao exemplo do pajubá para perguntar aos candidatos como um dialeto pode surgir dentro da língua portuguesa.

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