Com protesto marcado, alunos da UFMS relatam aflição com comida a R$ 15: ‘mais de 300 por mês’

Manifestação de alunos da UFMS acontece nesta quarta-feira

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Restaurante Universitário da UFMS (Foto: Stephanie Dias/ Jornal Midiamax)

O aumento da alimentação no RU (Restaurante Universitário) está gerando preocupação nos alunos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) por conta do aumento exacerbado no valor: de R$ 4,50 para R$ 15.

O fato desencadeou uma problemática dentro da universidade: alunos que não se encaixam no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais), mas também não têm condições de pagar por R$ 15 de alimentação diária.

Como o estudante de Engenharia Civil e estagiário, Pedro Afonso, de 22 anos. “Eu não posso me cadastrar no CadÚnico e não tenho condições de pagar 15 reais na alimentação. Vai dar mais de 300 reais por mês”, disse ele ao Jornal Midiamax.

Pedro não se encaixa nos requisitos do CadÚnico, mas não consegue bancar a alimentação diária (Foto: Stephanie Dias/ Jornal Midiamax)

Depois de ser reaberto, em abril, o RU passará a cobrar R$ 15 pelas refeições da comunidade acadêmica não vulnerável. Aqueles que são baixa renda e cadastrados no CadÚnico vão pagar somente R$ 3.

Antes de fechar, o restaurante cobrava R$ 2,50 dos estudantes vulneráveis e R$ 4,50 dos demais. Atualmente, o local passa por reformas.

“Eu preciso utilizar [o RU], mas esse preço é um absurdo”, contou a estudante de Pedagogia, Giovanna Costa, de 19 anos, que também criticou a estrutura dos blocos.

”Vai afetar a rotina bastante. Eu tenho condições de trazer de casa; meu bloco tem micro-ondas, mas tem bloco que não tem nada. Alguns alunos têm que ficar o dia inteiro e precisam comer”, relatou a jovem.

Giovanna consegue levar a refeição de casa, mas estrutura para guardar ou esquentar a comida é precária (Foto: Stephanie Dias/ Jornal Midiamax)

Quem também vai optar por fazer comida e trazer pronta é o acadêmico de Ciências da Computação, Matheus Vieira, de 21 anos. “A gente tem gastos para comprar e fazer em casa, teria que fazer por nós mesmos. [No RU] era acessível e compensava mais, além da facilidade”, opinou ele à reportagem.

Apenas 16% vão pagar R$ 15

Segundo a universidade, apenas 16,3% dos alunos de Campo Grande, Aquidauana, Corumbá e Três Lagoas, devem pagar o valor de R$ 15,00 nas refeições.

Isso porque, de acordo com o perfil do estudante da UFMS, 83,7% dos acadêmicos destas cidades possuem renda per capita de até 1,5 salário mínimo, o que fará com que eles paguem R$ 3,00 por refeição, já que a renda os tornam elegíveis ao CadÚnico do Governo Federal.

Alunos da UFMS fazem protesto

Uma manifestação está marcada para acontecer nesta quarta-feira (30), às 9h30, em frente à pró-reitoria da universidade. Os acadêmicos prometem um protesto pacífico para tentar uma solução para o empasse do restaurante.

Conteúdos relacionados