‘Boom’ residencial: Campo Grande teve aumento de 40,5% em imóveis na última década
Foram construídos quase 100 mil novos imóveis em Campo Grande
Mariane Chianezi –
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Durante a última década, Campo Grande teve um aumento de 40,51% no número de inscrições residenciais, com quase 100 mil imóveis construídos ao longo dos anos.
Conforme os dados da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), entre 2012 e 2021, foram 97.199 novas inscrições imobiliárias na Capital. Confira a evolução:
ANO | Inscrições imobiliárias |
2012 | 239.580 |
2013 | 247.816 |
2014 | 263.146 |
2015 | 296.167 |
2016 | 301.505 |
2017 | 319.256 |
2018 | 322.386 |
2019 | 326.635 |
2020 | 330.740 |
2021 | 336.779 |
O levantamento divulgado pela secretaria mostra que o maior salto de residências aconteceu entre os anos de 2016 e 2017, quando em apenas um ano, foram 17.751 novos imóveis em Campo Grande. Por outro lado, o ano de menor expansão foi entre 2020 e 2021, ano de pandemia.
E para o ano de 2022, a perspectiva é que o índice de construção civil seja retomado. Isso porque, no início do ano, o setor foi um dos que mais empregaram no mês de janeiro em Mato Grosso do Sul, conforme os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados naquela ocasião.
O Fetricom-MS (Federação dos Trabalhadores na Construção Civil e do Mobiliário e Montagem Industrial), no primeiro mês deste ano, o saldo entre contratações e demissões foi de 499 vagas, ou seja, na geração de empregos o setor da construção civil ficou atrás apenas dos segmentos de Serviços (1.571 vagas), Agropecuária (1.111), e Indústria (818 vagas).
Aumento na construção de quitinetes
Em Mato Grosso do Sul, a construção e a venda de imóveis menores, como as quitinetes, passam por um aumento diante da alta no custo das obras, e a tendência é que essa demanda aumente ainda mais em razão da crise econômica.
Conforme o presidente da Acomasul (Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul), Diego Canzi Dalastra, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) registrou um aumento de 30% e a tendência de mercado é que a oferta de imóveis mais compactos aumente.
“Consequentemente o poder de compra do consumidor não acompanhou essa alta. É uma tendência do mercado para fazer imóveis que caibam no bolso do consumidor, pois como o custo do metro quadrado da área construída subiu, é uma tendência que diminua o tamanho do imóvel comprado”, comenta Dalastra.
A construção e oferta dos imóveis compactos deverão ser ainda mais comuns, pois as moradias vendidas deverão continuar seguindo a capacidade de pagamento dos consumidores.
Custo da construção em alta
Nos últimos 12 meses, Mato Grosso do Sul acumulou uma alta de 22,98% nos custos da construção civil. O levantamento foi realizado pelo Sinapi (Índice Nacional da Construção Civil), calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em Campo Grande, esse aumento torna as obras cada vez mais caras e deixa o sonho da casa própria cada vez mais distante.
De acordo com presidente da Acomasul, o setor enxerga a situação com grande preocupação. Segundo Dalastra, esses números retratam uma realidade sofrida por todo o setor, e se comparado com o ano de 2020, o atual aumento contabiliza quase 50%. Dessa forma, uma casa popular está em torno de 20% a 25% mais cara em relação aos últimos 12 meses.
“Esse aumento é gradativo porque o lapso temporal das obras leva em torno de 6 meses. A gente está passando por um período de transição onde ainda existem imóveis com o custo antigo, imóveis sendo finalizados e imóveis iniciados agora. Muito provavelmente, o consumidor final vai sentir toda essa alta no bolso, perto do meio do ano”, explicou Diego Canzi.
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