Pular para o conteúdo
Cotidiano

Sem funcionário em hospital, mulher e filho morrem e indígena aponta negligência em MS

Indignado depois de perder a esposa e o filho, Elciney Ciney postou relato nas redes sociais com uma denúncia sobre suposta negligência no Hospital Regional de Aquidauana, a 140 km de Campo Grande. Morador da aldeia Ipegue, ele perdeu a esposa Ruthe Luiz Mendes e o filho Raviel, que estava prestes a nascer. Além de […]
Arquivo -

Indignado depois de perder a esposa e o filho, Elciney Ciney postou relato nas redes sociais com uma sobre suposta negligência no de , a 140 km de . Morador da aldeia Ipegue, ele perdeu a esposa Ruthe Luiz Mendes e o filho Raviel, que estava prestes a nascer. Além de ter que lidar com a dor, ele ainda consola os quatro filhos que ficaram órfãos da mãe. O Hospital apura o caso.

Elciney publicou o relato nas redes sociais na tarde de segunda-feira (22), que já tem causado repercussão. Ele conta que a esposa estava gestante com quase 32 semanas quando teve um sangramento e foi levada ao Hospital às 22 horas do dia 12 de março. Este seria o quinto filho do casal e toda a família estava preparada para receber a criança. “Era o nosso caçulinha, veio para ser o nosso Raviel, mimaríamos muito ele”, lamenta.

Ruthe tinha 38 anos e era formada em pedagogia. Ela era atuante nas causas indígenas e conhecida na comunidade pelas retomadas de terras tradicionais e pela luta na melhoria da saúde indígena. “Era ativista mesmo. Também praticava futebol, como goleira, era muito alegre, sempre sorrindo e de um coração enorme ”, diz o marido. 

Elciney aponta que o atendimento falhou no hospital, mas que na aldeia foi feito tudo que estava ao alcance. Ele diz que foi com a esposa ao hospital na noite de 12 de março e, chegando na unidade, profissionais identificaram que os batimentos do bebê estavam fracos e a gestante precisava passar por um ultrassom. O problema é que não havia nenhum profissional que manuseasse o equipamento no hospital, segundo relato.

“Pediram para a gente aguardar e iriam nos encaminhar para Campo Grande. Saiu a vaga zero e acabamos não indo porque o bebê já não tinha batimento e a médica só poderia levar se ouvisse o batimento ou se a imagem mostrasse que o bebê estivesse bem, porém, não havia ninguém para tirar o ultrassom”, diz.

O pai da criança afirma que o profissional só chegou no dia seguinte pela manhã ao hospital. Quando o ultrassom foi feito, o casal foi informado de que a gestante precisava passar por uma cesárea com urgência, o bebê estava morto e ela tinha um coágulo. 

“Aqui está a causa da morte do meu bebê e da minha esposa Ruthe. Se tivessem feito o ultrassom na hora certa, no momento certo, comprovariam que o bebê estava respirando, tinha batimentos, mas estava fraquinho devido ao rompimento ou descolamento do cordão umbilical. Assim, fariam a cesárea, salvando duas vidas indígenas, da criança e da Ruthe”, lamenta Elciney. 

Indignado, ele conta que buscará seus direitos e que procurou um advogado para denunciar o hospital. Agora, ele também precisa consolar os filhos de 11, 13, 15 e 16 anos, que choram pela mãe. Elciney conta que enterrou o filho durante a manhã e logo à tarde teve que enterrar a esposa.  “Ruthe não era indigente. Ruthe tem filhos, Ruthe tem família, Ruthe tem amigos, Ruthe tem Deus no seu coração, ela nos importa muito”.

Procurado pelo Jornal Midiamax, o Hospital Regional de informou, por meio do setor jurídico, que apura o caso. Os fatos foram relatados ao diretor clínico do Hospital. O Conselho Municipal e a comissão da Câmara podem fazer investigação para apurar se houve negligência.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre ‘cratera’ na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados