Com o recebimento das doses da CoronaVac ainda nesta segunda-feira (18), a Saúde de Campo Grande espera iniciar a campanha de vacinação contra o novo coronavírus (Covid-19), focada em profissionais de Saúde e idosos em instituições de longa permanência, às 8h desta terça (19) e concluir a primeira rodada da imunização em até 2 semanas.

A informação partiu do secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, em coletiva momentos antes da chegada da aeronave com os imunizantes destinados ao Estado. Segundo ele, a vacinação começará pelos profissionais de Saúde dos 3 maiores hospitais de Campo Grande: Santa Casa, Hospital Regional e Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian.

Também estão contemplados nesta primeira rodada os dois maiores asilos de Campo Grande, e as UPAs. A estratégia completa ainda depende do volume de doses que o município receberá –dentro do universo de 158 mil reservadas a Mato Grosso do Sul, sendo 97 mil inicialmente destinadas a indígenas e 61 para a população em geral, conforme o Ministério da Saúde.

A vacinação será feita totalmente com equipes volantes, já que, conforme prevê José Mauro, “não devem haver doses suficientes para abrir a vacinação nas Unidades de Saúde”. O quantitativo deve ser definido ainda nesta segunda-feira, após as vacinas darem entrada no Almoxarifado do Governo do Estado. Profissionais do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) também serão imunizados.

O secretário reitera que apenas os grupos prioritários desta fase receberão a vacina, por isso, a população não deve procurar as unidades de Saúde para ser imunizada neste momento.

Após os 3 hospitais, UPAs, equipe do Samu e asilos, as equipes volantes seguirão para outros hospitais que atuaram junto a rede pública recebendo pacientes de Covid-19, para vacinar profissionais de Saúde –Pênfigo, El Kadri, Clínica Campo Grande e Proncor, que contratualizaram a cessão de leitos de UTI para pacientes com Covid-19, e o Hospital de Câncer Alfredo Abrão, que serviu de retaguarda. “A oncologia também é uma questão à parte”, frisou o secretário.

Profissionais das demais Unidades de Saúde da cidade também integram essa fase da imunização.

Profissionais de Saúde de hospitais que lidaram com pacientes com o coronavírus são a ‘prioridade da prioridade’ na vacinação
Aeronave com doses da CoronaVac descarregou na Base Aérea. (Foto: Marcos Ermínio)

O Hospital da Unimed e o Hospital Cassems, que também atenderam grande demanda de infectados, terão suas equipes imunizadas a partir de quarta-feira, data em que originalmente começaria a campanha de vacinação –antecipada pelo Ministério da Saúde.

José Mauro estima que a rodada de vacinação deve demorar “em torno de uma semana a duas”, abrangendo pelo menos 20 mil doses aplicadas. O secretário também advertiu que o Ministério da Saúde orientou os municípios a já reservarem, no carregamento entregue nesta segunda-feira, quantidade de vacinas suficientes para a segunda dose –isto é, caso fossem entregues apenas 10 mil doses, seriam 5 mil pessoas imunizadas.

A segunda dose deve ser aplicada entre 2 e 4 semanas da primeira.

Sobre a redução dos grupos prioritários nesta primeira fase, José Mauro salientou que “estamos, na verdade, dividindo a prioridade da prioridade devido a quantidade de doses”. A preferência pelos profissionais de Saúde se dá pelo fato de serem os trabalhadores mais expostos à contaminação, durante seu trabalho –correndo risco por conta da doença e também de a transmitir. E, neste caso, aqueles que lidam com pacientes de Covid encabeçam a fila de imunização.

“A orientação do Ministério da Saúde é que se vacine primeiro o profissional da linha de frente, com contato com pacientes de Covid”, detalhou.

Já os idosos costumam integrar o grupo de maior risco de desenvolver complicações graves da Covid-19.

O quantitativo de doses da vacina contra o coronavírus é entrave, também, para o andamento das demais estratégias de imunização na Capital. A Sesau estuda implantar um polo de vacinação, que pode ser instalado no Guanandizão, e um drive-thru para pessoas com dificuldade de locomoção –o que atenderia, por exemplo, idosos acima de 75 anos, outro grupo considerado prioritário, mas que neste momento não receberá as doses.