No velório de Gustavo, família cita depressão e acredita que caso de homofobia pode ter agravado quadro

Apesar de histórico depressivo, pessoas próximas dizem que Gustavo mudou muito após ter sido discriminado

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Velório de Gustavo
Velório de Gustavo

Ainda sem acreditar no que aconteceu, familiares, amigos e mesmo quem não era tão próximo, compareceram ao Cemitério Parque de Campo Grande na tarde desta quinta-feira (14), onde está sendo velado o corpo do cirurgião-dentista Gustavo Lima, de 27 anos, que foi encontrado morto  em sua casa no Bairro Rita Vieira hoje pela manhã. A principal suspeita é que Gustavo tenha cometido suicídio.

A história do jovem ficou conhecida nacionalmente quando, no dia 21 de agosto deste ano, enquanto aplicava vacinas em um dos pontos para imunização contra a Covid-19 em Campo Grande, foi vítima de crime de homofobia. Na ocasião, várias autoridades e representantes da sociedade civil repudiaram o crime.

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Jovem foi encontrado morto na madrugada desta quinta-feira – Foto: Reprodução, Redes Sociais

Prima criada com Gustavo, Jéssica dos Santos, de 27 anos, acredita que, apesar de ele já apresentar quadro depressivo antes do fato, o choque causado pela atitude da mulher que praticou a homofobia pode sim ter tido influência no desfecho de sua trajetória.

“Ele já tinha um histórico depressivo e esse serviço da vacina estava o reerguendo. Depois desse fato, ele ficou muito chocado. Influenciou muito”, diz ela.

Jéssica também lembra de como seu primo era amoroso. “Crescemos juntos, estudamos juntos. Era uma pessoa incrível, tinha um coração muito bom, enorme, educado e carinhoso. Não tenho palavras para descrever”.

Igor Ferreira, enfermeiro de 23 anos, trabalhava com Gustavo justamente no ponto de vacinação onde aconteceu o caso de homofobia.

“Ele sempre foi uma pessoa boa, boa de se conviver, animado e feliz. No último sábado, a gente conversou bastante e ele falou que estava na academia, falamos sobre suplemento, era muito dedicado, com vontade e amor no que fazia”.

Outro colega de profissão, de 33 anos, que trabalhava com Gustavo em uma unidade de saúde e que não quis se identificar, conta que ele sempre falava de planos. “Era muito gente boa, solícito, ajudava todo muito, era gentil. Estava fazendo uma especialização, gostava bastante do trabalho, agora fica um sentimento de falta”.

Até quem não conhecia Gustavo pessoalmente compareceu ao velório, como é o caso de Andressa Freire, de 30 anos, e Paulo Renato, de 32 anos, que acompanharam a repercussão do caso em agosto e que, por ter proximidade com Jéssica, a prima, resolveram dar apoio. “Conheci ele pelas redes sociais depois daquele fato. Viemos hoje dar um apoio aos amigos da família, é triste, nos abala também”.

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