Em cerca de um ano, um dos setores mais afetados pela do coronavírus, o de eventos, ainda tenta se reerguer em meio a cenário de agravamento da crise de saúde e medidas mais severas impostas pelo Governo do Estado. Muitos empresários de tinham nas empresas o único sustento da família, mas tiveram que fechar seus estabelecimentos.

Agora vivendo somente com o salário mínimo do marido, a empresária Danielle Vieira, de 39 anos, teve fechar duas empresas do ramo de eventos durante este um ano. Há 12 anos trabalhando com festas, ela mantinha uma loja de decorações, que abriu em janeiro de 2020, e um buffet.

“Primeiro comecei a vender as coisas para pagar aluguel e devolução de festas canceladas. Em maio de 2020 tive que fechar o buffet e vi minha vida se transformar em um pesadelo. Só contas, nervosos, por várias vezes fui internada no hospital com princípio de infarto e até ameaça por clientes eu fui”, contou ela ao Jornal Midiamax.

Com o que restou do buffet, Danielle teve que recomeçar do zero e montou uma loja de decorações. Porém, a loja não foi o suficiente para se manter e nesta semana a empresária decidiu fechar também seu único sustento. “Enquanto quando a gente começou eu alugava em torno de 30 decorações, a gente estava alugando [no fim do ano passado] em torno de 5, caiu mais de 80%”, explicou.

Impactados com novas restrições, buffets amargam prejuízos e vivenciam falências em Campo Grande
Empresária está vendendo as decorações para pagar as dívidas. (Foto: Arquivo Pessoal)

As novas restrições impostas pelo governo de MS na última quarta-feira (10) foi como um banho de água fria para o setor. “Essa semana eu tinha ainda, antes de fechar a loja, 10 decorações reservadas, só uma cliente vai retirar, o resto tudo cancelou”, disse Danielle.

Além de iniciar o às 20 horas, novas medidas que atingiram em cheio o setor de eventos foi restrição de festas aos finais de semana a partir das 16 horas e limite de 50 pessoas em qualquer tipo de confraternização. As medidas começam a valer neste domingo (14),

Recomeço

Para o empresário Wilson Motta, de 36 anos, as festas tanto clandestinas quanto de família vão continuar acontecendo, mesmo com as restrições. Ele, que tem um buffet infantil, estava começando a se reerguer desde o último impacto, no ano passado, quando o setor ficou cerca de sete meses totalmente parado.

“Esse decreto veio para acabar com quem já está mal das pernas. A gente atende essas festas, pequenas, de família, mas com duas horas a menos [por conta do toque de recolher] a gente já não vai poder atender, mas elas vão acontecer do mesmo jeito”, disse ele, que tinha 10 contratos fechados nesta semana, mas que foram todos cancelados de última hora.

Wilson vê uma injustiça na fiscalização e no decreto no que se refere a eventos. “A gente gastou para se adequar aos protocolos de biossegurança, segue a risca e exige do cliente, mas agora a gente tem que parar enquanto tem bares e festas clandestinas acontecendo a rodo”, reclamou.

Dificuldades

Fortemente afetados pela pandemia e tirando o único sustendo da família de eventos, Danielle e Wilson precisaram de outros empregos para se manter e pagar as contas e dívidas. Danielle mora com o marido e a mãe e todos eles trabalhavam com ela nas festas.

Por conta das dificuldades, o marido dela arrumou um emprego, no final do ano passado, como auxiliar de serviços gerais, mas tanto Danielle, que é obesa, quando a mãe dela, que é idosa, não podem sair para trabalhar por estarem no do coronavírus.

Já Wilson precisou trabalhar com bicos para sustentar ele, a esposa e mais dois filhos, que trabalham com ele nas festas. Mesmo depois que os eventos foram autorizados a funcionar, o empresário ainda continua fazendo bicos para complementar a renda da família.